quinta-feira, 11 de abril de 2024

S. Pedro de Rates!

Por achar interessante e pelas ligações que tem a Macieira, decidi copiar para aqui isto que encontrei na internet. 

São Pedro de Rates (– São Pedro de Rates, 60 d.C.) é um santo que foi o primeiro bispo de Braga entre os anos 45 e 60, ordenado pelo apóstolo Santiago, vindo da Terra Santa, e que foi martirizado quando convertia ao cristianismo povos aderentes à religião romana no norte de Portugal.[1]

Ordenação

Segundo a tradição cristã Santiago, um dos apóstolos de Cristo, teria visitado o noroeste da Península Ibérica em 44 d.C. Durante a sua visita a Braga, o apóstolo ordenou São Pedro de Rates como bispo, tornando-se este último o primeiro bispo de Braga a partir de 45 d.C.

Martírio

Segundo a tradição cristã São Pedro de Rates morreu na tentativa de conversão de crentes da religião romana à fé cristã. Conta-se também que terá salvo de doença mortal uma jovem princesa pagã e esta ter-se-ia convertido ao cristianismo, fazendo votos de castidade. O pai, furioso, mandou matar o bispo, que se refugiou em Rates, onde foi assassinado. O martírio foi consumado com o santo a ser decapitado.

O achamento do corpo por São Félix

Túmulo de São Pedro de Rates na Sé de Braga

Séculos mais tarde, São Félix (o eremita), pescador da Vila de Mendo, na freguesia da Estela, também na Póvoa de Varzim, ter-se-á retirado para o maior monte da Serra de Rates.

São Félix teria observado uma luz na escuridão todas as noites a partir do monte. Um dia, curioso, tentou saber os motivos e descobriu o corpo de São Pedro de Rates.

O corpo teria dado origem à Igreja de São Pedro de Rates e esteve lá sepultado até 1552; nesse ano o corpo foi transferido para um túmulo na Sé de Braga.

terça-feira, 12 de março de 2024

Ainda as obras de Barcelos e seus acessos!

 

Imagem do Google Earth

Na imagem acima, podem ver a área que será afectada pelas obras que vão ligar a saída da ponte nova (Barcelos Este - Rio Covo) a uma nova rotunda que dará acesso às estradas de Famalicão (EN 204) e de Braga (EN 103).


Quando as obras ficarem concluídas, no segundo semestre de 2025, será facílimo sair de Barcelos e rumar aos destinos do lado leste do concelho.


Também na zona de Barcelinhos haverá obras, mas ainda não descobri, exactamente, o que será feito nem em que zona. Talvez os novos acessos, já construídos, na zona sul da freguesia, venham a ser ligados à nova variante de Rio Covo.

Traçado da variante Barcelinhos-Rio Covo

terça-feira, 5 de março de 2024

Barcelos, confusão no trânsito!

Arrancou ontem a obra do fecho da Circular Urbana de Barcelos, destinada a melhorar a mobilidade na entrada e saída de Barcelos. A empreitada que, agora, arrancou engloba a “Construção do lanço de ligação entre a Estrada Municipal 556 (Nó de Barcelinhos/Rio Covo St. ª Eugénia) e a EN103 (Nó de Gamil/Rio Covo St. ª Eugénia), incluindo o prolongamento da Rua do Pinheiro, com interseção no Complexo Rodoviário de Barcelos, em Rio Covo St. ª Eugénia”.
A obra, que tem um prazo de execução de 18 meses, vai concluir 3.350 metros de via, que fecha o anel do complexo rodoviário de Barcelos, através da interseção com a Estrada Nacional 103, feita com a construção de uma rotunda desnivelada e de um viaduto com 60 metros de extensão. Vai custar 8.745 mil euros.
O presidente da Câmara, Mário Constantino, mostrou-se satisfeito por estar a “cumprir mais um compromisso eleitoral” e diz que “esta é uma obra decisiva para o concelho de Barcelos”.
Considero mesmo que é a obra mais importante do nosso mandato, porque vai permitir desbloquear, em termos de trânsito, uma situação que é cada vez mais aflitiva e conflituante, e que perdura há mais de 20 anos. Recordo-me que, quando se iniciou a variante, Barcelos era dado como exemplo em termos de mobilidade. Depois, ficamos 20 anos à espera de concluir cerca de 3 km de estrada. Agora, finalmente estamos a cumprir um dos nossos desígnios, numa obra que, em termos de investimento público em rede viária, é a maior de sempre do orçamento camarário”, frisou.

A notícia acima foi publicada num jornal de Barcelos, dos últimos dias, por isso há que esperar grandes constrangimentos nas zonas mencionadas, no texto, nomeadamente, na saída da ponte nova, do lado de Santa Eugénia-Rio Covo. Grande parte da obra será entre esse ponto e o cruzamento de Gamil, onde a estrada de Barcelos-Famalicão entronca com a que vem de Braga.

sexta-feira, 1 de março de 2024

Entrar, ler e comentar!

Eu sei e aceito que o Facebook é muito mais famoso e aceite pela juventude que o Blogger. Abrir uma conta no Blogger e fazer publicações exige que se saiba escrever sem erros e com alguma imaginação. Claro que é muito mais fácil publicar umas fotos e escrever apenas, "as minhas férias em Benidorm".

Pois eu sou da velha guarda, comecei a minha vida como utilizador do Blogger, antes de o Facebook se ter tornado a rede social da moda. Já fiz milhares de publicações, algumas com texto de 4 ou 5 páginas e tive milhares de comentários nos vários blogs que continuo a alimentar todos os dias. Para mim, parar de escrever é o mesmo que morrer.

A grande excepção a esta minha visibilidade mediática são os dois blogs que criei para os meus conterrâneos de Macieira, nomeadamente, Povo da Minha Terra e Combatentes de Macieira, onde poucos entram e nenhum comente!

Hoje venho aqui colocar uma questão que precisaria de uma resposta, vinda das pessoas mais velhas da freguesia. Eu sei que essas pessoas não navegam na internet nem fazem a menor ideia do que isso seja, mas têm filhos e netos que podem fazer~lhes a pergunta e trazer-me, aqui, a resposta. Em tempos, no Outeiro, morou um senhor de nome Jerónimo Ferreira que era casado com uma moça da família Araújo, digamos, do Velho. Eu lembro-me de uma casa, perto da casa do Salvador, que dizíamos ser da Tia Albina Ferreira. E sei que a casa que fica por cima da Fonte do Outeiro, é do Sr. Manuel Ferreira.

Uma dessas duas casas deve ser a antiga morada do Sr. Jerónimo Ferreira. E a pergunta é: - Qual delas?

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Cemitérios, enterros!


Costume estranho esse de enterrar as pessoas dentro das igrejas. Só se entende isso à luz da vida nos séculos XVI e XVII, pois logo que a população começou a aumentar, já não havia hipótese de ficarem todos dentro da igreja e aí começou a segregação. Os mais ricos ficavam dentro da igreja e os mais pobres passaram para o adro.

Era o tempo da primeira igreja, que se conheça, pois sempre ouvi dizer que, antes disso houve uma outra no Monte do Adro, igreja que ficava onde hoje está a casa do Tio Manel do Junqueiro ou dos seus descendentes. Anos mais tarde, já nem o adro da igreja era suficiente e foi necessário escolher um cemitério público que ficava do lado sul dessa igreja, à margem do caminho que seguia para o Luvar, do lado direito.


E já no século XIX, depois da construção da nova igreja, no lugar do Outeirinho, foi expropriado a um lavrador da freguesia o Campo da Agra e inaugurado o cemitério que hoje conhecemos. Como curiosidade, o primeiro enterro nesse cemitério foi, exactamente, o do antigo dono do terreno que assim manteve uma espécie de titularidade sobre o seu terreno, mesmo que imaterial.


Vou fazer umas pesquisas e tentar saber as datas exactas destas mudanças e se o conseguir, voltarei aqui para fazer uma adenda a esta publicação.

sábado, 17 de fevereiro de 2024

O relógio dá horas!

 Hoje, entrei aqui apenas para inserir um relógio na coluna da direita, de modo a que possam ver as horas sem olhar para outro lado!

sábado, 3 de fevereiro de 2024

As primas afastadas!

Assento de casamento de
Joaquim Alvares de Sousa
o primeiro Sousa da família e nosso avô comum 

Encontrei duas primas, bastante afastadas, diga-se, mas que são o elo familiar que me liga a Macieira, nesta altura. A primeira é a Júlia Sousa, filha do Manel do Velho, figura bem conhecida na nossa freguesia, e minha prima por parte da avó que era descendentes dos Araújo, portanto, do Velho. Nós viemos todos daí, somos uma grande família. Fui a casa dela, há tempos, já nem recordo porquê.

A segunda prima que encontrei no Facebook é a Conceição Ferreira. Ferreira por parte do pai que é de Courel, mas veio a Macieira procurar noiva e encontrou-a na Casa do Velho. Assim, ela e a Júlia são primas mais próximas. Comigo são primas um tanto mais afastadas, pois teríamos que recuar até ao tempo da minha bisavó Eusébia de Sousa para encontrar o elo que nos une.

Mas, hoje, não há ninguém que passe cartão a essas minudências, matéria que dê para publicar no FB vale ouro, o resto é para esquecer. A gente nova esquece-se que se não souberem de onde de onde vieram, não terão nada para contar aos seus netos. E o Google sabe muita coisa, mas não sabe tudo. Tentem perguntar-lhe o seguinte: como se chamava o meu avô? nasceu onde e quando?

E talvez eu esteja muito enganado e dentro de uma geração o Google consiga debitar a tua ascendência até à décima geração, apenas fixando a pupila de um dos teus olhos. Pode ser, quem sabe!

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Macieirenses no Facebook!

 


O actual presidente da Junta, assim como o seu antecessor, foram os primeiros utilizadores do FB com quem contactei. Depois deles, a Maria Teresa, da família Rola, a Júlia Sousa e a Conceição Ferreira. A Prazeres Rissa Também, mas essa é mais emigrante que mais nada.

Por falar em emigrantes, descobri que os muitos que se espalham pela Europa (Inglaterra, França e Suíça), pelo Canadá e outras partes do mundo, usam o FB para se manterem em contacto com a família que deixaram para trás. As video-chamadas são, actualmente, o melhor meio de comunicação que há ao dispor de quem anda por longe.

Dos blogs, este e outros, ninguém quer saber, só eu que estou velho demais para mudar de hábitos|

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

O Facebook é que está a dar!

 Ao passar os olho pelo Facebook, li a notícia fúnebre, publicada em 26 de Dezembro, que dá parte de ter falecido no Canadá o Sr. José Correia da Silva, com 72 anos de idade.

Pela idade, ele devia fazer parte da Lista de Combatentes. Fui lá espreitar e não encontrei nada!

Contactei a Casa do Povo perguntando se eles poderiam conferir a lista, de modo a sabermos quem continua vivo.

Visita do Presidente Américo Tomás, a Moçambique,
no ano de 1963


quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Balanço do ano de 2023!

 

Boas Festas
Um próspero ano novo !!!

Já desisti de ver aparecer por aqui alguém de Macieira que se interesse por blogs, este ou qualquer outro, pois há mil e um e com os assuntos mais diversos. Eu próprio já quase não passo por aqui, durante todo o ano, mas hoje lembrei-me de vir espreitar as estatísticas deste velho ano de 2023.

Publicações, apenas uma, no passado mês de Novembro, para recordar uma figura com algum significado para mim. Na casa do meu padrinho de baptismo, no lugar de Travassos, morou a Maria do Mariz que, pelo casamento, trouxe o nome de Gueral para Macieira.

Últimos visitantes por país de origem

Outros números em que eu pouco acredito

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

O Manel do Mariz!

 Há muito tempo que não passava por aqui, os Macieirenses deram-me uma tampa e fizeram-me desanimar deste projecto, cerca de 2 anos e 2 meses, e nos entretantos a Google fechou-me a conta que suportava este blog. Mas como estamos a entrar na época natalícia, em que se prega a «paz na Terra aos homens de boa vontade», resolvi abrir uma excepção e escrever algo para quebrar o marasmo.

Tenho a impressão de que vive, hoje, em Macieira, um indivíduo do sexo masculino que dá pelo nome de Manel do Mariz. Na prática devia dizer-se Manel de Mariz que é o nome de uma freguesia do concelho de Barcelos. Em Cristelo apareceu o nome de Mariz sem que se conheça a sua origem, mas eu diria que foi importado através de uma casamento em que os noivos eram de Cristelo e Mariz e os seus filhos foram registados com o apelido de Mariz.

Se não foi assim que me perdoem aqueles que duvidam da minha arte de encontrar uma explicação para tudo. Nos velhos tempos, séculos XVI e XVII, as pessoas, na sua maior parte, não tinham ainda ganhado o direito a um apelido. Davam-lhe um nome cristão, no baptismo, e para o separar dos demais acrescentavam-lhe o nome do pai( Ex: Francisco José). Em Macieira havia um Francisco José do Padrão que era uma junção do nome do filho, do pai e do lugar onde moravam. Nos séculos seguintes, aos poucos, toda a gente ganhou o direito a um apelido e as coisas começaram a ficar mais claras e fáceis de entender.

E o nome de Mariz, nome da aldeia a oeste de Barcelos, passou a ser um apelido tão comum como o Silva, o Costa ou o Gonçalves, este o mais antigo que encontrei em Macieira. Muitos Mariz houve em Cristelo, daí vieram para Gueral e depois para Macieira.

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Tia Rosa do Jerónimo!

 A Tia Rosa era uma velha solteirona que morava junto da casa onde eu nasci. Ela era visita frequente lá em casa e sempre dizia que era prima da minha avó Maria, mas eu nunca percebi de onde vinha esse parentesco. Agora que me dediquei a estudar os registos paroquiais da minha freguesia - bons ou maus são os únicos documentos escritos, sobre a nossa freguesia, dos últimos quatro séculos - consegui construir a árvore genealógica da família do "avô" Jerónimo e já percebi tudo. A Tia Rosa era prima direita da minha bisavó Eusébia (mãe da avó Maria) e ambas eram bisnetas do avô Jerónimo Ferreira do lugar do Outeiro.

Na geração seguinte o apelido foi «Alvares Ferreira» que passou adiante pelo seu filho José e este ao seu filho Joaquim que era pai da Eusébia e tio da Rosa. Pelo casamento com uma senhora de Balazar, de apelido Souza, a geração seguinte passou a usar o apelido de «Alvares de Souza». Era moda naqueles tempos, os apelidos das mães sobrepunham-se muitas vezes aos dos pais.

Se não perceberam nada desta minha explicação não se preocupem, pois isto é mais um registo para eu guardar (agora que a minha memória, por vezes, me começa a atraiçoar) para mim mesmo!

Gostaria ainda de referir que a Tia Rosa, figura marcante da minha infância, tinha vários irmãos, entre eles o Tio David e o Tio António, casado com a Tia Amélia do Jerónimo, e que eu não cheguei a conhecer, pois tanto quanto sei já tinha emigrado para o Brasil, muito antes de eu nascer.

O Tio David entrou para a família dos «Velhos» pelo seu casamento com a Maria do Velho e foi pai de muitos filhos, entre eles o muito conhecido cantoneiro e taxista Manuel do Velho. Mais uma vez prevaleceu o apelido (alcunha), Velho, que usaram (e usam ainda) todos os seus descendentes, vindo da parte materna, esquecendo por completo o Jerónimo que vinha do lado paterno.

Outra particularidade que quero aqui deixar registada é o caso do Tio António do Jerónimo, casado com a Tia Amélia Letão, que foi para o Brasil, na década de 30 do século XX e nunca mais deu notícias. O seu filho mais novo, Armando, requereu ao Tribunal da Comarca de Barcelos que fosse averbada a sua morte, presumida, em 31 de Dezembro de 1936, de maneira a oficializar uma situação que se impunha.

E por aqui me fico com esta viagem ao passado para avivar a memória!


segunda-feira, 9 de maio de 2022

Penedo e Mulher Morta!

 

O Cais das Colunas é em Lisboa
aqui é apenas a rua das colunas
de que eu não conheço a história

Tinha eu 10 anos de idade e, numa célebre tarde de domingo, depois da reza, alguém marcou um bailarico para o Largo das Colunas, em Penedo. A rapaziada nova correu até lá, o mais depressa que pôde, à espera de um espectáculo que era raro na nossa terra. E eu, claro, estava na primeira fila.
Ainda a música da concertina mal se começara a ouvir e eis que o abade da paróquia irrompe por ali dentro e corre com todas as mulheres dali para fora. O sexo masculino manteve-se impávido e sereno, mas os músicos calaram-se e sem as raparigas para aquecer o ambiente não houve baile naquela tarde.
Imagino o que o abade terá dito a cada uma das pecadoras, quando elas lhe apareceram no confessionário com as palavras da ordem - abençoai-me padre porque pequei!
Bom padre o Manuel Marques, mas com o mesmo defeito de todos os outros, o «Pecado da Carne» era expressamente proibido nos seus domínios!

Parque do peregrino com Galo de Barcelos

Parque com os peregrinos em movimento

Parque do peregrino com o carro do fotógrafo

Parque do Peregrino
com troféus deixados pelos ditos

segunda-feira, 2 de maio de 2022

Passado e presente!

 


Neste blog, trato, preferencialmente, de coisas e pessoas do passado, mas posso sempre fazer uma excepção. Hoje, dia 2 de Maio do ano da graça de dois mil e vinte e dois, foi inaugurado o parque de descanso dos peregrinos de Santiago de Compostela, no Alto da Mulher Morta. Aquilo é um sítio ermo e só neste tempo mais quentinho ganha alguma vida. Acredito que os peregrinos que por ali passem vão agradecer o cuidado das gentes de Macieira que com este parque de descanso procuram amenizar a viagem, entre Rates e Barcelos.

sexta-feira, 15 de abril de 2022

Batendo na mesma tecla!

 


Ainda estudando o caso para tentar entender a História. Gomes e Araújo foram duas famílias dominantes no lugar do Outeiro. Este casal, retratado na imagem acima, foi morar para Penedo, talvez por ser a morada da noiva, mas os seus descendentes voltariam ao Outeiro, como se pode ler na minhas publicações anteriores.

Assento de casamento

 

Aos dezasseis dias do mês de Fevereiro o ano de mil oitocentos e oitenta e quatro, nesta igreja parochial de Santo Adrião de Macieira de Rates, concelho de Barcelos, diocese de Braga, na minha presença apresentaram-se os nubentes ANTÓNIO GOMES DE ARAÚJO e ANNA RITA SOARES, os quais sei serem os próprios, com todos os papéis do estilo corrente e sem impedimento algum, canónico ou civil, para o casamento e com dispensa das três palavras de estilo concedidas pelo  senhor Arcebispo de Braga. Ele da idade de trinta e três anos, solteiro, natural desta freguesia, baptizado e morador na mesma, filho legítimo de José Gomes de Araújo e de Thereza Antónia naturais desta freguesia e ela da idade de trinta e um anos, solteira, costureira, natural desta freguesia e moradora na mesma, filha legítima de Manuel Luiz Gomes, da freguesia de Formariz, concelho de Coura, diocese de Braga e de Anna Maria Soares, da freguesia de Santo André de Barcelinhos, do concelho de Barcelos e diocese de Braga. Os quais nubentes se receberam por marido e mulher e os uni em matrimónio, procedendo em todo este acto conforme o Rito da Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana. Foram testemunhas presentes Manuel Joaquim da Costa, casado, e Domingos Joaquim da Costa, solteiro, ambos lavradores e naturais desta mesma freguesia e moradores no lugar de Penedo, os quais sei serem os próprios. E para constar lavrei em duplicado este assento que depois de lido e conferido perante os cônjuges e as testemunhas com todos assigno. Era ut supra.

 

O Párocho – Padre António José Ferreira

Deixo aqui o assento de casamento para mostrar outra família de Gomes que veio do distrito de Viana do Castelo para reforçar a família já existente, em Macieira. Investiguei os antepassados dos Gomes de Formariz e tanto o avô como o bisavô desta noiva eram de Formariz, o que fez cair pela base a mina teoria que talvez fossem descendentes dos Gomes de Macieira.

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Um enigma para mim!

 Que relação de parentesco haveria entre os Gomes do lugar do Paço e os Gomes de S. Pedro de Formariz, do concelho de paredes de Coura? Creio que nunca saberei a resposta para esta pergunta.

O Manuel Luís Gomes (pai da Anna Ritta que se casou e veio morar no lugar do Outeiro, mencionado na minha publicação anterior) era filho de José Gomes e neto Manuel Joaquim Gomes - três gerações - todos eles de Formariz. Pode ser uma simples coincidência, mas eu sou avesso a acreditar em tal coisa e parti do princípio que essa família Gomes teria um antepassado de Macieira e foi isso que motivou o casamento e fez com que a família tivesse uma continuação, na nossa freguesia.

Gastei algumas horas a espiolhar os livros de Formariz, mas não encontrei nada. Eles, os livros, são muito difíceis de ler (má digitalização) e ainda para piorar as coisas faltam registos de perto de 100 anos. Resultado, desisti das pesquisas e fico com o enigma!

segunda-feira, 4 de abril de 2022

A Tia Emília!

Clicar nas imagens para mais fácil leitura 





Quando comecei a pesquisar as origens da Tia Emília do Outeiro (referida na publicação anterior) parti do princípio que ela era descendente dos Gomes do Outeiro, ou em última análise, dos do Paço, mas não consegui encontrar o caminho para os seus antepassados.

Como se pode ver no assento do seu baptismo, o seu pai era de Formariz, no concelho de Paredes de Coura, e a sua mãe de Barcelinhos. Claro que o Joze Gomes, avô da Emília, podia ter casado para Formariz, mas ser originário de Macieira. Ainda fiz uma tentativa para tirar isso a limpo, mas faltam os livros dos casamentos da época em que ele se casou. Como não pretendo continuar a espiolhar o assunto, ficamos por aqui, o pai casou e veio para Macieira, o avó era de Formariz e ponto final.

Quanto ao apelido Soares que a Tia Emília herdou da sua mãe e avó, era originário de Rates, como o prova este assento de baptismo feito pelo padre de Rates, embora a sua mãe tenha vindo de Barcelinhos. O avô Francisco deve ter vindo a Rates buscar a noiva Antónia e anos depois regressou a Rates para baptizar a sua neta, já nascida em Macieira.

A História é muito pobrezinha nesses detalhes, mas a Villa de Rates deve ter tido uma grande influência em Macieira. Eu diria mesmo que, num passado mais longínquo, Macieira deveria ser uma espécie de bairro, mais para nascente, da Villa de Rates. Os reis mandavam muito pouco nas terras, mandava muito mais a Igreja, e os emissários do Arcebispo, quando vinham a Rates acertar as contas punham Macieira no mesmo embrulho.

O Sr. Custódio Gomes e depois o seu filho António, foram a maior família do Outeiro e eu parti do princípio que a Emília Gomes Soares descendia dessa família, mas, se calhar, estava enganado, ou teria que recuar algumas gerações mais para descobrir a ligação.

Para complicar as coisas, a Anna Ritta, mãe da Emília, viria a casar-se com outro Gomes de Macieira, o que torna as coisas ainda mais complicadas, pois assim tanto o pai como o avô usam o mesmo apelido, mas são de famílias diferentes. Pelo menos isso esclarece a questão do apelido, pois acabaria por ser Gomes de qualquer maneira. Ao fim e ao cabo, todos os Gomes do mundo são primos entre si!

domingo, 3 de abril de 2022

O Tio Manel da Emília!

Se me perguntarem a razão por que decidi escrever algo sobre esta personagem, direi que também eu sou conhecido, na Póvoa de Varzim, na rua onde moro, pela mesma dsignação, embora ligeiramente modernizada, Manel da Mila. Ele morava no centro do Outeiro e eu na ponta mais a norte, éramos, portanto, vizinhos.
Suponho que o casal não tinha filhos, pelo menos nunca vi uma criança naquela casa. Passavam os dois a caminho do campo, com o inseparável carro de vacas que servia para levar e trazer tudo aquilo que precisavam, como ferramentas, sementes, estrume, etc., e na volta o milho, a erva, a palha, a lenha e o resto que podem imaginar. Quem viveu, como eu vivi, nesse mundo da pequena agricultura sabe do que falo. Aos meus olhos era um casal triste que parecia carregar toda a infelicidade deste mundo.
Saí de Macieira muito cedo, com 11 anos de idade (no ano de 1955) e nunca mais lhes pus a vista em cima. Soube agora, aos estudar os registos paroquiais da nossa freguesia, que o pai dele veio de Cristelo casar em Macieira e ficou a viver em Penedo. Abaixo, podem ver uma parte do seu registo de baptismo:


Nasceu em 23 de Outubro de 1909, tinha portanto mais 34 anos que eu. Aos olhos de uma criança, um homem dessa idade é um velho. A sua mulher era descendente de uma família de apelido Gomes - havia bastantes, em Macieira - e era sua a casa onde ficaram a morar, no Lugar do Outeiro. Casou-se, em Setembro de 1942, dois anos antes de eu nascer.
E depois aconteceram mais algumas coincidências que me ajudaram a decidir escrever esta prosa (que talvez nunca seja lida por ninguém) que aqui deixo. Em primeiro lugar e por causa da Guerra Colonial, eu parti para Moçambique, no último trimestre de 1962, tendo passado o Natal desse ano longe da família. Quis o destino que nesse dia 25 de Dezembro, em que eu carpia as minhas mágoas tão longe de casa, a Tia Emília entregou a alma ao Criador, deixando o Tio Manel viúvo.
Em 1965, vim à Metrópole (era assim que nos referíamos a Portugal Continental) frequentar um curso para promoção ao posto imediato na tropa e, no Outono, regressei a Moçambique. Por coincidência, foi nesse mesmo ano que o Tio Manel da Emília deixou de se chamar assim, por se ter casado, em segundas núpcias com Maria Josefa Alves Ferreira. Imagino que a vida de um homem viúvo, com 50 e poucos anos, não fosse nada fácil, tanto pela falta de habilidade nas coisas do lar, como pela falta de ajuda com a sua lavoura que mesmo sendo de pequena monta, sempre seria demais para um homem só. Assim congratulo-me com ele pela decisão tomada em procurar noiva e oficializar a ligação.
Pois, uma coisa que não se pode negar é que o homem era rijo e sobreviveu à sua segunda esposa que faleceu, em 1999. Ele aguentaria ainda mais 4 anos, tendo morrido, em 2003, em Barcelos (suponho que internado no hospital para onde terá sido levado por doença) com a bonita idade de 94 anos.
Posto isto, fico a pensar se também eu perderei a minha Emília e ficarei sozinho até aos 94 anos, ou perto disso. Casar outra vez nem pensar, já não tenho idade nem vontade para me meter nessas corridas!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Caminhos de Santiago!

 

Encontrei este mapa e como um dos caminhos passa por Rates, Macieira, Courel e Pedra Furada, tudo freguesias que conheço bem e todas elas ligadas à História dos meus antepassados, decidi publicá-lo neste blog, para que fique guardado para mais tarde consultar.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Histórias antigas!

 A família do Sr. Jerónimo Ferreira foi marcante, em Macieira, no lugar do Outeiro. Imagino, ainda que sem nada que suporte a minha imaginação que a casa que ocuparam é aquela que fica na descida, ao lado direito, para quem desce da Casa do Salvador para a Fonte do Outeiro.

Jerónimo era filho de Manuel Ferreira, de Gueral, que veio a casar com uma macieirense e ficou a residir na casa de seus sogros (a mesma que atrás referi). Diria que as únicas pessoas que viveram no tempo da minha infância e tratados como descendentes deste famoso Jerónimo eram o David e a Rosa do Jerónimo e que usavam também alcunha de «Do Velho», embora houvesse muitos mais. Com o apelido dos descendentes mudado para Sousa, pelo casamento com uma senhora de Balazar que de lá trouxe o apelido, a grande maioria dos Ferreiras e Sousas de Macieira (e arredores) são descendentes deste Sr. Jerónimo que devia ter uma estátua erguida na Fonte do Outeiro.

A Tia Amélia do Jerónimo, assim chamada por se ter casado com um bisneto ou trineto do mesmo Jerónimo (que por acaso foi para o Brasil, depois do nascimento do seu filho mais novo, o Armando, e nunca mais deu sinal de vida) teve vários filhos, além do Armando, um deles frade Capuchinho e também uma filha freira. O mais velho de todos (se não me engano) era o Daniel, único que foi lavrador na família.

Quinta do Passeia

Ali pelos meus 10 a 12 anos de idade, o Daniel era o feitor da Quinta do Passeia, no lugar de Real, da freguesia de Pedra Furada (ver imagem acima). O facto de ele ser da família do Jerónimo e ter herdado aquele cargo, leva-me a crer que a propriedade terá pertencido à família. Fui lá algumas vezes com o Armando, visitar o irmão e recolher alguns bens que ele enviava para a sua mãe que vivia com grandes dificuldades. Quem lá morava, nessa altura, eram duas velhotas que se diziam tias do Daniel. Talvez descendência do Manuel Ferreira que deu início a esta conversa. Ele era de Gueral e o lugar de Real, embora pertença a Pedra Furada fica, praticamente dentro da freguesia de Gueral. Tudo pistas que apontam no mesmo sentido.

A Quinta tinha uma capela que ainda hoje existe, embora arruinada e completamente abandonada. A ideia desta publicação é perguntar se alguém conhece os actuais proprietários. Gostaria de saber quem são e chegar à fala com eles.