segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Saudades da minha terra natal!


 

Farto de estar fechado em casa, por causa da maldita Covid-19, peguei no carro e fui uma volta. Não tinha qualquer destino definido, mas quando dei por isso ia a caminho de Macieira. Virei à direita, em Terroso e em três tempos estava em Rates. Continuei em direcção a Courel, onde ingressei na Instrução Primária, em 1950 e, ao aparecer-me a placa indicando Macieira de Rates, girei o volante para a direita e enquanto diabo esfrega um olho estava no Outeirinho, junto à «Venda de Macieira».

Em época de Natal somos obrigados a pensar em compras e, antes de mais, no fiel amigo para a Consoada. Esta no sítio certo e a minha compra sempre serviria para ajudar outro macieirense como eu, um neto do Sr. Campos que agora está à frente do negócio que funciona como supermercado (sinal dos tempos).

O primeiro bacalhau que eu comi na minha vida, há já muitos natais, também foi ali comprado e, por conseguinte, mastigar o bacalhau que hoje comprei vai levar-me de volta à minha infância, cerca de 70 anos atrás. Nesse tempo de miséria, as famílias pobres davam uma volta por casa dos lavradores e recolhiam as ofertas para ajuda da Ceia de Natal, umas poucas de batatas e uns decilitros de vinho. No fim da volta, chegava-se a casa com uma arroba de batatas (se a coisa corresse bem) e uma cantarinha de vinho. Para o bacalhau tinha que se recorrer ao pé de meia, pois esse ninguém o oferecia.

E é assim a vida, dei a volta, escrevi a crónica e agora aqui fica registada para a posteridade!

2 comentários:

  1. Obrigado por escrever tudo isto em favor da nossa bela terra.
    Um bom Natal.

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    1. Se és o MANUEL DA COSTA FONSECA responde ao mail que te enviei, há 2 ou 3 dias!

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