quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Tia Rosa do Jerónimo!

 A Tia Rosa era uma velha solteirona que morava junto da casa onde eu nasci. Ela era visita frequente lá em casa e sempre dizia que era prima da minha avó Maria, mas eu nunca percebi de onde vinha esse parentesco. Agora que me dediquei a estudar os registos paroquiais da minha freguesia - bons ou maus são os únicos documentos escritos, sobre a nossa freguesia, dos últimos quatro séculos - consegui construir a árvore genealógica da família do "avô" Jerónimo e já percebi tudo. A Tia Rosa era prima direita da minha bisavó Eusébia (mãe da avó Maria) e ambas eram bisnetas do avô Jerónimo Ferreira do lugar do Outeiro.

Na geração seguinte o apelido foi «Alvares Ferreira» que passou adiante pelo seu filho José e este ao seu filho Joaquim que era pai da Eusébia e tio da Rosa. Pelo casamento com uma senhora de Balazar, de apelido Souza, a geração seguinte passou a usar o apelido de «Alvares de Souza». Era moda naqueles tempos, os apelidos das mães sobrepunham-se muitas vezes aos dos pais.

Se não perceberam nada desta minha explicação não se preocupem, pois isto é mais um registo para eu guardar (agora que a minha memória, por vezes, me começa a atraiçoar) para mim mesmo!

Gostaria ainda de referir que a Tia Rosa, figura marcante da minha infância, tinha vários irmãos, entre eles o Tio David e o Tio António, casado com a Tia Amélia do Jerónimo, e que eu não cheguei a conhecer, pois tanto quanto sei já tinha emigrado para o Brasil, muito antes de eu nascer.

O Tio David entrou para a família dos «Velhos» pelo seu casamento com a Maria do Velho e foi pai de muitos filhos, entre eles o muito conhecido cantoneiro e taxista Manuel do Velho. Mais uma vez prevaleceu o apelido (alcunha), Velho, que usaram (e usam ainda) todos os seus descendentes, vindo da parte materna, esquecendo por completo o Jerónimo que vinha do lado paterno.

Outra particularidade que quero aqui deixar registada é o caso do Tio António do Jerónimo, casado com a Tia Amélia Letão, que foi para o Brasil, na década de 30 do século XX e nunca mais deu notícias. O seu filho mais novo, Armando, requereu ao Tribunal da Comarca de Barcelos que fosse averbada a sua morte, presumida, em 31 de Dezembro de 1936, de maneira a oficializar uma situação que se impunha.

E por aqui me fico com esta viagem ao passado para avivar a memória!


segunda-feira, 9 de maio de 2022

Penedo e Mulher Morta!

 

O Cais das Colunas é em Lisboa
aqui é apenas a rua das colunas
de que eu não conheço a história

Tinha eu 10 anos de idade e, numa célebre tarde de domingo, depois da reza, alguém marcou um bailarico para o Largo das Colunas, em Penedo. A rapaziada nova correu até lá, o mais depressa que pôde, à espera de um espectáculo que era raro na nossa terra. E eu, claro, estava na primeira fila.
Ainda a música da concertina mal se começara a ouvir e eis que o abade da paróquia irrompe por ali dentro e corre com todas as mulheres dali para fora. O sexo masculino manteve-se impávido e sereno, mas os músicos calaram-se e sem as raparigas para aquecer o ambiente não houve baile naquela tarde.
Imagino o que o abade terá dito a cada uma das pecadoras, quando elas lhe apareceram no confessionário com as palavras da ordem - abençoai-me padre porque pequei!
Bom padre o Manuel Marques, mas com o mesmo defeito de todos os outros, o «Pecado da Carne» era expressamente proibido nos seus domínios!

Parque do peregrino com Galo de Barcelos

Parque com os peregrinos em movimento

Parque do peregrino com o carro do fotógrafo

Parque do Peregrino
com troféus deixados pelos ditos

segunda-feira, 2 de maio de 2022

Passado e presente!

 


Neste blog, trato, preferencialmente, de coisas e pessoas do passado, mas posso sempre fazer uma excepção. Hoje, dia 2 de Maio do ano da graça de dois mil e vinte e dois, foi inaugurado o parque de descanso dos peregrinos de Santiago de Compostela, no Alto da Mulher Morta. Aquilo é um sítio ermo e só neste tempo mais quentinho ganha alguma vida. Acredito que os peregrinos que por ali passem vão agradecer o cuidado das gentes de Macieira que com este parque de descanso procuram amenizar a viagem, entre Rates e Barcelos.

sexta-feira, 15 de abril de 2022

Batendo na mesma tecla!

 


Ainda estudando o caso para tentar entender a História. Gomes e Araújo foram duas famílias dominantes no lugar do Outeiro. Este casal, retratado na imagem acima, foi morar para Penedo, talvez por ser a morada da noiva, mas os seus descendentes voltariam ao Outeiro, como se pode ler na minhas publicações anteriores.

Assento de casamento

 

Aos dezasseis dias do mês de Fevereiro o ano de mil oitocentos e oitenta e quatro, nesta igreja parochial de Santo Adrião de Macieira de Rates, concelho de Barcelos, diocese de Braga, na minha presença apresentaram-se os nubentes ANTÓNIO GOMES DE ARAÚJO e ANNA RITA SOARES, os quais sei serem os próprios, com todos os papéis do estilo corrente e sem impedimento algum, canónico ou civil, para o casamento e com dispensa das três palavras de estilo concedidas pelo  senhor Arcebispo de Braga. Ele da idade de trinta e três anos, solteiro, natural desta freguesia, baptizado e morador na mesma, filho legítimo de José Gomes de Araújo e de Thereza Antónia naturais desta freguesia e ela da idade de trinta e um anos, solteira, costureira, natural desta freguesia e moradora na mesma, filha legítima de Manuel Luiz Gomes, da freguesia de Formariz, concelho de Coura, diocese de Braga e de Anna Maria Soares, da freguesia de Santo André de Barcelinhos, do concelho de Barcelos e diocese de Braga. Os quais nubentes se receberam por marido e mulher e os uni em matrimónio, procedendo em todo este acto conforme o Rito da Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana. Foram testemunhas presentes Manuel Joaquim da Costa, casado, e Domingos Joaquim da Costa, solteiro, ambos lavradores e naturais desta mesma freguesia e moradores no lugar de Penedo, os quais sei serem os próprios. E para constar lavrei em duplicado este assento que depois de lido e conferido perante os cônjuges e as testemunhas com todos assigno. Era ut supra.

 

O Párocho – Padre António José Ferreira

Deixo aqui o assento de casamento para mostrar outra família de Gomes que veio do distrito de Viana do Castelo para reforçar a família já existente, em Macieira. Investiguei os antepassados dos Gomes de Formariz e tanto o avô como o bisavô desta noiva eram de Formariz, o que fez cair pela base a mina teoria que talvez fossem descendentes dos Gomes de Macieira.

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Um enigma para mim!

 Que relação de parentesco haveria entre os Gomes do lugar do Paço e os Gomes de S. Pedro de Formariz, do concelho de paredes de Coura? Creio que nunca saberei a resposta para esta pergunta.

O Manuel Luís Gomes (pai da Anna Ritta que se casou e veio morar no lugar do Outeiro, mencionado na minha publicação anterior) era filho de José Gomes e neto Manuel Joaquim Gomes - três gerações - todos eles de Formariz. Pode ser uma simples coincidência, mas eu sou avesso a acreditar em tal coisa e parti do princípio que essa família Gomes teria um antepassado de Macieira e foi isso que motivou o casamento e fez com que a família tivesse uma continuação, na nossa freguesia.

Gastei algumas horas a espiolhar os livros de Formariz, mas não encontrei nada. Eles, os livros, são muito difíceis de ler (má digitalização) e ainda para piorar as coisas faltam registos de perto de 100 anos. Resultado, desisti das pesquisas e fico com o enigma!

segunda-feira, 4 de abril de 2022

A Tia Emília!

Clicar nas imagens para mais fácil leitura 





Quando comecei a pesquisar as origens da Tia Emília do Outeiro (referida na publicação anterior) parti do princípio que ela era descendente dos Gomes do Outeiro, ou em última análise, dos do Paço, mas não consegui encontrar o caminho para os seus antepassados.

Como se pode ver no assento do seu baptismo, o seu pai era de Formariz, no concelho de Paredes de Coura, e a sua mãe de Barcelinhos. Claro que o Joze Gomes, avô da Emília, podia ter casado para Formariz, mas ser originário de Macieira. Ainda fiz uma tentativa para tirar isso a limpo, mas faltam os livros dos casamentos da época em que ele se casou. Como não pretendo continuar a espiolhar o assunto, ficamos por aqui, o pai casou e veio para Macieira, o avó era de Formariz e ponto final.

Quanto ao apelido Soares que a Tia Emília herdou da sua mãe e avó, era originário de Rates, como o prova este assento de baptismo feito pelo padre de Rates, embora a sua mãe tenha vindo de Barcelinhos. O avô Francisco deve ter vindo a Rates buscar a noiva Antónia e anos depois regressou a Rates para baptizar a sua neta, já nascida em Macieira.

A História é muito pobrezinha nesses detalhes, mas a Villa de Rates deve ter tido uma grande influência em Macieira. Eu diria mesmo que, num passado mais longínquo, Macieira deveria ser uma espécie de bairro, mais para nascente, da Villa de Rates. Os reis mandavam muito pouco nas terras, mandava muito mais a Igreja, e os emissários do Arcebispo, quando vinham a Rates acertar as contas punham Macieira no mesmo embrulho.

O Sr. Custódio Gomes e depois o seu filho António, foram a maior família do Outeiro e eu parti do princípio que a Emília Gomes Soares descendia dessa família, mas, se calhar, estava enganado, ou teria que recuar algumas gerações mais para descobrir a ligação.

Para complicar as coisas, a Anna Ritta, mãe da Emília, viria a casar-se com outro Gomes de Macieira, o que torna as coisas ainda mais complicadas, pois assim tanto o pai como o avô usam o mesmo apelido, mas são de famílias diferentes. Pelo menos isso esclarece a questão do apelido, pois acabaria por ser Gomes de qualquer maneira. Ao fim e ao cabo, todos os Gomes do mundo são primos entre si!

domingo, 3 de abril de 2022

O Tio Manel da Emília!

Se me perguntarem a razão por que decidi escrever algo sobre esta personagem, direi que também eu sou conhecido, na Póvoa de Varzim, na rua onde moro, pela mesma dsignação, embora ligeiramente modernizada, Manel da Mila. Ele morava no centro do Outeiro e eu na ponta mais a norte, éramos, portanto, vizinhos.
Suponho que o casal não tinha filhos, pelo menos nunca vi uma criança naquela casa. Passavam os dois a caminho do campo, com o inseparável carro de vacas que servia para levar e trazer tudo aquilo que precisavam, como ferramentas, sementes, estrume, etc., e na volta o milho, a erva, a palha, a lenha e o resto que podem imaginar. Quem viveu, como eu vivi, nesse mundo da pequena agricultura sabe do que falo. Aos meus olhos era um casal triste que parecia carregar toda a infelicidade deste mundo.
Saí de Macieira muito cedo, com 11 anos de idade (no ano de 1955) e nunca mais lhes pus a vista em cima. Soube agora, aos estudar os registos paroquiais da nossa freguesia, que o pai dele veio de Cristelo casar em Macieira e ficou a viver em Penedo. Abaixo, podem ver uma parte do seu registo de baptismo:


Nasceu em 23 de Outubro de 1909, tinha portanto mais 34 anos que eu. Aos olhos de uma criança, um homem dessa idade é um velho. A sua mulher era descendente de uma família de apelido Gomes - havia bastantes, em Macieira - e era sua a casa onde ficaram a morar, no Lugar do Outeiro. Casou-se, em Setembro de 1942, dois anos antes de eu nascer.
E depois aconteceram mais algumas coincidências que me ajudaram a decidir escrever esta prosa (que talvez nunca seja lida por ninguém) que aqui deixo. Em primeiro lugar e por causa da Guerra Colonial, eu parti para Moçambique, no último trimestre de 1962, tendo passado o Natal desse ano longe da família. Quis o destino que nesse dia 25 de Dezembro, em que eu carpia as minhas mágoas tão longe de casa, a Tia Emília entregou a alma ao Criador, deixando o Tio Manel viúvo.
Em 1965, vim à Metrópole (era assim que nos referíamos a Portugal Continental) frequentar um curso para promoção ao posto imediato na tropa e, no Outono, regressei a Moçambique. Por coincidência, foi nesse mesmo ano que o Tio Manel da Emília deixou de se chamar assim, por se ter casado, em segundas núpcias com Maria Josefa Alves Ferreira. Imagino que a vida de um homem viúvo, com 50 e poucos anos, não fosse nada fácil, tanto pela falta de habilidade nas coisas do lar, como pela falta de ajuda com a sua lavoura que mesmo sendo de pequena monta, sempre seria demais para um homem só. Assim congratulo-me com ele pela decisão tomada em procurar noiva e oficializar a ligação.
Pois, uma coisa que não se pode negar é que o homem era rijo e sobreviveu à sua segunda esposa que faleceu, em 1999. Ele aguentaria ainda mais 4 anos, tendo morrido, em 2003, em Barcelos (suponho que internado no hospital para onde terá sido levado por doença) com a bonita idade de 94 anos.
Posto isto, fico a pensar se também eu perderei a minha Emília e ficarei sozinho até aos 94 anos, ou perto disso. Casar outra vez nem pensar, já não tenho idade nem vontade para me meter nessas corridas!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Caminhos de Santiago!

 

Encontrei este mapa e como um dos caminhos passa por Rates, Macieira, Courel e Pedra Furada, tudo freguesias que conheço bem e todas elas ligadas à História dos meus antepassados, decidi publicá-lo neste blog, para que fique guardado para mais tarde consultar.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Histórias antigas!

 A família do Sr. Jerónimo Ferreira foi marcante, em Macieira, no lugar do Outeiro. Imagino, ainda que sem nada que suporte a minha imaginação que a casa que ocuparam é aquela que fica na descida, ao lado direito, para quem desce da Casa do Salvador para a Fonte do Outeiro.

Jerónimo era filho de Manuel Ferreira, de Gueral, que veio a casar com uma macieirense e ficou a residir na casa de seus sogros (a mesma que atrás referi). Diria que as únicas pessoas que viveram no tempo da minha infância e tratados como descendentes deste famoso Jerónimo eram o David e a Rosa do Jerónimo e que usavam também alcunha de «Do Velho», embora houvesse muitos mais. Com o apelido dos descendentes mudado para Sousa, pelo casamento com uma senhora de Balazar que de lá trouxe o apelido, a grande maioria dos Ferreiras e Sousas de Macieira (e arredores) são descendentes deste Sr. Jerónimo que devia ter uma estátua erguida na Fonte do Outeiro.

A Tia Amélia do Jerónimo, assim chamada por se ter casado com um bisneto ou trineto do mesmo Jerónimo (que por acaso foi para o Brasil, depois do nascimento do seu filho mais novo, o Armando, e nunca mais deu sinal de vida) teve vários filhos, além do Armando, um deles frade Capuchinho e também uma filha freira. O mais velho de todos (se não me engano) era o Daniel, único que foi lavrador na família.

Quinta do Passeia

Ali pelos meus 10 a 12 anos de idade, o Daniel era o feitor da Quinta do Passeia, no lugar de Real, da freguesia de Pedra Furada (ver imagem acima). O facto de ele ser da família do Jerónimo e ter herdado aquele cargo, leva-me a crer que a propriedade terá pertencido à família. Fui lá algumas vezes com o Armando, visitar o irmão e recolher alguns bens que ele enviava para a sua mãe que vivia com grandes dificuldades. Quem lá morava, nessa altura, eram duas velhotas que se diziam tias do Daniel. Talvez descendência do Manuel Ferreira que deu início a esta conversa. Ele era de Gueral e o lugar de Real, embora pertença a Pedra Furada fica, praticamente dentro da freguesia de Gueral. Tudo pistas que apontam no mesmo sentido.

A Quinta tinha uma capela que ainda hoje existe, embora arruinada e completamente abandonada. A ideia desta publicação é perguntar se alguém conhece os actuais proprietários. Gostaria de saber quem são e chegar à fala com eles.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

A seca!


 Não me lembro com exactidão da data em que isto aconteceu, mas juraria que foi enquanto frequentei a Escola Primária, ou seja, entre 1951 e 1955. A seca era terrível e não sabendo mais o que fazer para resolver o problema, o pároco de Macieira e os seus homólogos das freguesias vizinhas resolveram levantar os olhos aos céus e pedir a ajuda divina.

Na minha juventude vi muitos filmes de índios e cow-boys e lembro-me das danças que os peles-vermelhas faziam para pedir a Manitou que lhe enviasse a chuva que faria crescer a erva nas pradarias para engordar os búfalos que eles caçavam para alimentar as suas famílias. Em Macieira, não havia búfalos para engordar, mas a água fazia muita falta para outras coisas, além de fazer crescer a erva que também servia de alimentação aos bois e vacas que eram as grandes máquinas agrícolas daquele tempo.

Ora bem, para invocar  a ajuda divina, os párocos de Macieira, Gueral, Chorente, Negreiros, Gondifelos, Chavão e Grimancelos resolveram organizar uma procissão de velas nocturna que saía da igreja de Gondifelos e dava a volta por caminhos de cabras que demorava uma boa hora a percorrer e regressava de novo à igreja para uma última prece.

As cruazadas (organização religiosa infantil daquela época) das várias freguesias encabeçavam o cortejo que seguia com a cruz à sua frente. E rezava-se o terço - glória ao pai e ao filho, pai nosso, ave maria, santa maria repetidos até à exaustão - enquanto o cortejo à escuras ia tropeçando nas pedras do caminho e pedindo a Deus e Nossa Senhora para não cair e partir um braço ou uma perna.

Eu, como bom Cruzado que era, nos meus 8 ou 9 anos de idade, lá ia acompanhando os outros de vela na mão e olhos fixos naquele que seguia à minha frente e tentando evitar dar alguma topada nas pedras do caminho que me poderiam arrancar uma unha e ficar com um dedo em ferida. Sim, porque sapatos eram um luxo que não tinha ainda chegado a Macieira e os cruzadinhos iam descalços, não para que o sacrifício fosse maior, mas porque era assim a moda dos pobres.

Não vos posso contar se choveu ou não, ou seja, se as nossas preces foram ouvidas lá em cima, mas o mais certo é que não, pois lembro-me do Padre Marques - que nas suas orações rezava por tudo e mais alguma coisa - fazer uma oração especial a pedir a Deus que se lembrasse de nós e enviasse umas pingas de chuva, de cada vez que nos apanhava na igreja.

A Ribeira de Macieira que, vinda de Goios, Chorente e Gueral, atravessava a nossa freguesia levava pouca água, mas a rapaziada da minha idade sempre encontrava uma pocinha onde chapinhar para afugentar o calor. Para mim e os mais que moravam no norte de Macieira, o local escolhido era nas «Pousadas», perto da azenha do Tio Avelino Mariano. Quem é do meu tempo sabe do que falo!.