quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

A «Igreja do Monte do Adro»!

 Já li muita conversa sobre a antiga igreja do monte do adro, mas provas de que ela existiu é que não vi nenhumas. Talvez, um dia, quando a pandemia nos deixar, vá até Braga ver se é possível pesquisar os Arquivos do Arcebispado e confirmar aquilo que penso.



No ano de 1635 (do nascimento de Nosso Senhor Jesus cristo), quando se iniciaram, em Macieira, os Registos Paroquiais, a igreja já era no lugar da Igreja, Assento ou Padrão - conforma a época a que nos possamos referir - mais tarde demolida e reconstruída no lugar do Outeirinho, onde ainda hoje existe.

A ter existido, a igreja do Monte do Adro teria que remontar ao início da portugalidade, século XII ou XIII, por aí. É um facto que a paróquia de Macieira pertenceu à vigararia de Chorente e isso faz-me crer que essa tal igreja possa ter servido as actuais freguesias de Macieira, Gueral, Chorente e Negreiros, num tempo em que não havia posses para construir uma igreja em cada canto do Minho, como as conhecemos hoje.



O Mosteiro de S. Pedro de Rates já existia nessa altura e as viagens entre Braga - sede do Arcebispado - e Rates deviam ser frequentes, seguindo um caminho que devia passar por Nine, Grimancelos, Negreiros, entrando em Macieira pelo Monte do Adro e seguindo pelo lugar de Talho, Rio do Souto, Cumieira até à Vila de Rates. Não devemos esquecer que o Arcebispado de Braga mantinha um controlo apertado sobre as contas (receitas) de todas as paróquias e, pelo menos, duas vezes por ano faziam esse caminho, onde a vigararia de Chorente e, portanto, a igreja do Monte do Adro era paragem obrigatória antes de seguir para Rates.

É bom não esquecer que nas imediações do Monte do Adro é onde se encontram as confrontações das quatro freguesias, a nossa com Negreiros, Chorente e Gueral, por conseguinte o lugar ideal para erguer uma igreja que servisse os paroquianos das quatro freguesias. Baptismos, casamentos e funerais sempre houve e em algum lugar se teriam que realizar.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

O Paulino!

 Ouvi um conterrâneo referir-se à «Casa do Paulino», no lugar de Modeste, e isso aguçou a minha curiosidade, pois tinha estado a estudar os antecedentes e descendentes do Manuel Macieira (ou Manuel Martins Macieira) e sabia que ele teve um filho chamado Paulino. Seria esse Paulino, bisneto de Manuel Martins, aquele que deu nome a essa "casa de lavoura" de Modeste? O terreno, em que foi construida essa casa, no alto da subida de Modeste, do lado direito, pode ter pertencido, no passado, ao avô Martins que era dono de muitas possessões, o maior lavrador daquele lugar e ter calhado em herança à sua filha Bernardina.

Infelizmente, não pude confirmar, pois este Paulino, filho de Manuel Macieira, neto de Bernardina Martins e bisneto de Manuel Martins já deve ter morrido, há umas dezenas de anos, e talvez seja um seu neto a reinar naquela casa, agora, e não conheço ninguém da família que me possa ajudar a tirar as dúvidas. E até pode chamar-se Paulino também, como o seu avô, só talvez não saiba que a sua origem vem da grande casa do «Martins de Modeste».

sábado, 9 de janeiro de 2021

Ainda os Fonsecas!

 


Será o Manuel irmão dos outros que aparecem como filhos de Manuel José? Com a discrepância do nome do pai e do local de nascimento, a cronologia dos nascimentos (melhor dizendo, datas do baptismo) sugere que são todos irmãos. Quem estuda estas coisas fica num beco sem saída, pois não tem como desfazer estas dúvidas, o assento de baptismo é o único documento que chegou até aos nossos dias.


Do que não restam dúvidas é que foi este Manuel, nascido em 1852 e casado em 1886, que deu origem à família dos Fonsecas de Penedo. O seu filho Leopoldino, nascido em 1890, foi o seu continuador.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

O apelido «Costa Fonseca»!

 


Hoje, dediquei-me a aprofundar um pouco mais a origem do apelido Costa da Fonseca e cheguei à conclusão que o apelido Costa é o mais marcante na família. De qualquer modo, fui parar a um beco sem saída, pois o primeiro Costa desta história era o João Costa, filho natural de Francisca Gonçalves.

Em 1817, casou-se com Antónia Joaquina e desse casal nasceu apenas um filho, de seu nome Manuel Joaquim. Esse filho casou com Maria Domingues de Paradela e desse casamento nasceram 9 filhos, sendo a Thereza Maria a mais nova de todos, nascida em 1858. Como não encontrei o assento de casamento em Macieira, sou levado a supor que o casamento se realizou na terra da noiva, como era tradição nesse tempo. Mas fixaram residência em Penedo e aí criaram os filhos.

Portanto, João da Costa, sendo filho de pai incógnito, herdou o apelido não se sabe de quem, ou talvez a sua mãe quisesse com isso dar a entender quem era o seu pai. Depois dele, o seu filho Manuel Joaquim deu seguimento à família dos Costas e outro tanto fez a sua filha Thereza Maria. Esta, ao casar com um Fonseca, deu origem ao apelido «Costa Fonseca» que ainda prevalece no lugar de Penedo e, possivelmente, na mesma casa que foi de João Costa.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

A «Família D'Affonseca»!

 Era assim, desta maneira arrevesada que se escrevia o apelido Fonseca, quando chegou pela primeira vez a Macieira. Manoel Joze Gomes da Fonseca veio casar a Macieira, em 1837, com a Anna Joaquina que era filha de Joze da Costa Carneiro e de Maria Joaquina. O noivo não era de Macieira e não sabendo de que freguesia ele vinha é-me difícil descobrir os seus antecedentes. Pelo assento de casamento sei que os seus pais se chamavam Francisco Gomes da Fonseca e de Leonarda Maria Roza e tanto podiam ser de Courel, Gueral, Goios ou Negreiros, onde havia gente com esse nome.

Deste casamento nasceram, em Macieira, dois filhos, a Joaquina, em 1844, e o Manuel, em 1852, e a sua casa ficava no lugar do Outeirinho. Como se vê, os filhos foram poucos, vieram tarde e bastante separados no tempo. Só Deus saberá porquê.

Em 1886, foi a vez do filho Manuel arranjar noiva e apresentar-se perante o pároco da freguesia para que os casasse. Ele, de seu nome completo Manuel Gomes da Fonseca e ela, Thereza Maria da Costa. Ficaram a morar no lugar de Penedo, talvez a casa da família da noiva, e tiveram 5 filhos. A Thereza nasceu em 1886, a Laurinda, em 1889, o Leopoldino, em 1890, o Albino, em 1893, e a Joaquina, em 1898. De todos eles, pais e filhos, pouco mais vos posso contar, pois se casaram e tiveram filhos isso consta dos registos pós implantação da república e esses não estão ainda disponíveis ao público.

Houve outros Fonsecas, em Macieira que suponho serem irmãos deste Manuel, acima mencionado. A Jozefa Gomes da Fonseca era casada com João Ferreira de Matos e moravam no lugar de Talho. A Maria Gomes da Fonsega era casada com Manuel Francisco Carvalho e moravam no lugar do Outeiro.

Há ainda um registo de um José Gomes da Fonseca a morar no lugar do Rio e ainda mais dois Fonsecas, mais antigos, primeira metade do século XVIII, mas não lhes encontrei a origem nem deixaram descendência na nossa freguesia.

Para todos os efeitos, as famílias formadas pelos três irmãos (?) Manuel, em Penedo, Jozefa em Talho e Maria no Outeiro, que em conjunto criaram 14 filhos foram os antepassados dos mais jovens Fonsecas que hoje vivem em Macieira.

N.B. - Há uma falha que não consigo explicar, pois partindo do princípio que a Jozefa e a Maria eram irmãs do Manuel elas deveriam aparecer nos assentos de baptismo, tal como aparece o Manuel. Há grandes falhas e muitas páginas ilegíveis nos livros entre 1820 e 1845 e essa poderá ser a razão.



Curiosidade -  O noivo sabia assinar o seu nome, coisa rara naqueles tempos!

Euzinho da Silva!

 Depois de vos contar a história completa do meu "pentavô" Jerónimo, com todos os detalhes que consegui reunir, está na hora de mostrar a minha ligação familiar a tão famoso personagem do Outeiro e sempre referido, através dos seus muitos descendentes, há dois séculos e meio.

Aí me têm, 201 anos mais novo que o avô Jerónimo, como representante da 10ª geração desta relevante família que tem centenas de membros, muitos deles ainda vivos e cheios de saúde (mau grado a chegada da Covid-19).


O famoso «Avô Jerónimo»!

 JERÓNIMO FERREIRA, nasceu a 16 de Maio de 1743 e faleceu em 12/1/1814, em Macieira 

Filho de Manuel Ferreira, da Ribeira - Gueral e de Rozália Francisca, do Outeiro - Macieira 
Neto paterno de Miguel Alvares, da Pedreira - Negreiros e de Maria Gonçalves, da Ribeira - Gueral 
Neto Materno de António de Araújo, do Outeiro - Macieira e de Illena Manoel da vila de Rates 
Bisneto Paterno de Pedro Gonçalves e de Anna Ribeira, de Negreiros 
E de Domingos Gonçalves e Anna de Gueral 
Bisneto Materno de João Lopes e Anna de Araújo, do Outeiro - Macieira 
E de Estêvão Manoel e Maria Francisca, da vila de Rates. 
Teve três irmãos: 
António, nascido em 13/4/1733 
Marianna, nascida em 11/9/1736 
Joze, nascido em 30/11/1749 
Casou, em 22/6/1764, com Maria Alvares da Silva, nascida em 23/8/1744, em Goios, e falecida em 9/6/1805 
Teve sete filhos: 
Maria nascida em 1766 
Joze, nascido em 1768 (continuador do meu ramo familiar) 
Manoel, nascido em 1771 
Helena, nascida em 1774 
Custódia, nascida em 1777 
Antónia, nascida em 1780 
Luiz, nascido em 1784 
Todos tomaram por apelido ALVARES FERREIRA 
JOZE casou em 24/5/1806 com Hilena Maria de Souza, de Balazar (F. em 1853) 
Filha de Costódio Francisco e de Thereza Maria de Souza 
Teve cinco filhos: 
Maria, nascida em 29/7/1807 
Anna, nascida em 25/7/1809 
Manoel, nascido em 7/5/1814 
Joaquim, nascido em 4/2/1817 (continuador do meu ramo familiar)
António, nascido em 1/5/1821 
Todos tomaram por apelido ALVARES DE SOUZA 
JOAQUIM casou em 1/10/1842 com Maria Isidória, de Macieira, filha de Manoel Joze Ferreira e de Anna Maria 
Teve onze filhos: 
Manoel, nascido em 22/6/1843 
Rodrigo, nascido em 3/11/1844, falecido em criança 
Rodrigo, nascido em 24/8/1847 e falecido em 20/9/1848 
Joze, nascido em 28/12/1848 
Maria, nascida em 14/10/1850 
Eusébia, nascida em 4/4/1852 e falecida em 1938 (mãe de Maria e avó de Rita, a minha mãe) 
António, nascido em 12/8/1854 
Jozefa, nascida em 20/9/1856 
Rodrigo, nascido em 17/9/1858 
Anna, nascida em 1861 
Luiz, nascido em 1862 e falecido em 1937 
Todos tomaram por apelido ALVES DE SOUSA 

domingo, 3 de janeiro de 2021

Os do Jerónimo!

 Os do Araújo e os do Velho começaram a misturar-se, a partir de um certo tempo todos eram primos uns dos outros. Para complicar mais as coisas, no lugar do Outeiro, apareceram os do Jerónimo que passaram a fazer parte dos primos Araújos e Velhos. Alguns poderiam usar qualquer das alcunhas pois eram descendentes de todos eles.

Clicar na imagem para uma melhor leitura

A pedido de um macieirense (que, actualmente, não mora em Macieira) fui espiolhar um pouco mais esta história e trago-vos uma imagem que espero ajude a tirar dúvidas. Como esse macieirense é neto do «Tio David do Jerónimo» e da «Tia Maria do Velho», imaginem a mistura que isso deu!

O José Alves de Sousa era neto do Sr. Jerónimo Ferreira e o David seu bisneto. Não descobri o que aconteceu à Carolina e à Rita, irmãs do David, mas os outros irmão foram meus contemporâneos, a maioria morou no Outeiro, e conheci-os a todos.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Como apareceu a alcunha dos «Velhos»!

 Thomé Gonçalves, filho de Domingos Pires, foi o grande precursor da família dos «VELHOS» de Macieira. Aos que vierem a ler isto, vou já avisando que isto é a minha teoria dos factos históricos e cada um tem o direito de apresentar (e defender) a sua.


Os priores das paróquias desse tempo tinham uma enorme dificuldade em garantir a fiabilidade dos registos que faziam, uma vez que os apelidos eram poucos e muitas vezes repetidos. Daí a necessidade de indicar o nome do lugar, onde residia a pessoa em questão, e até acrescentar algo que pudesse tirar dúvidas se elas existissem.


Neste assento de baptismo pode ver-se a indicação de (O Novo) aposto ao nome de Domingos Pires, morador na aldeia de Penedo. Na outra imagem que podem ver mais acima, aparece o nome de Domingos Pires, morador na aldeia da Igreja, sem qualquer outra indicação. Como eles são mais ou menos contemporâneos, o prior quis pormenorizar a identificação, chamando a um "O Novo", o que pressupõe que o outro é «O Velho».

Daí nasce a minha teoria de que o Domingos Pires, pai do Thome Gonçalves é o mais velho antepassado da Família dos Velhos de Macieira. Para saberem mais sobre este assunto, olhem para o esquema seguinte:


O último da lista é o «Tio António do Velho» que morava ao lado da casa do Tio António do Couto, no Outeiro, e que, salvo erro, tem ainda alguns filhos vivos. Como curiosidade, posso acrescentar que o apelido de Araújo veio de Grimancelos, pelo casamento de António Francisco com Maria de Araújo que era dali natural e lá se casou também.