terça-feira, 11 de maio de 2021

A Tia Rosa Velha!

 A Tia Rosa do Jerónimo morava mesmo em frente da mina casa e era forçoso que a encontrasse a cada passo, para além de ela ir, frequentemente, a minha casa pedir ajuda para as mais diversas tarefas, a primeira das quais era ir com ela para o «Campo da Fonte» tomar conta das ovelhas, enquanto ela andava nas suas lides. A sua mãe, originária da freguesia de Rio Covo - Santa Eugénia, morreu era eu ainda muito novo, mas consigo situá-la na minha memória, talvez mais por "ouvir dizer" que por lembranças próprias.,

Curioso sobre este facto, fui pesquisar os registos paroquiais antigos para tentar descobrir a data do seu falecimento, o que consegui com alguma sorte (como se pode ver pelo assento acima). Os óbitos eram comunicados ao Registo Civil de Barcelos que fazia os necessários averbamentos (à margem) nos respectivos assentos de baptismo. Isto era um bom costume que muita ajuda quem procura reconstituir a sua árvore genealógica, mas que, infelizmente, nem sempre era respeitado por todos os Conservadores, não sei se por incúria ou falta de pessoal.

Assim, fui a Santa Eugénia confirmar se o averbamento do óbito tinha sido feito e acertei na mouche. Lá estava registado "faleceu em Macieira, no dia 7 de Janeiro de 1949, tinha eu 5 anos menos 2 meses. Por isso me lembro de ouvir dizer, quando entrava na casa da Tia Rosa, este é o quarto da Tia Rosa Velha. E fui ouvindo isso, ao longo da minha infância, por isso o recordo tão bem. Sendo a Tia Rosa uma filha solteira, calhou a ela a tarefa de cuidar da mãe até à sua morte. O seu marido, Zé do Jerónimo, irmão do meu trisavô Joaquim, já devia ser defunto nessa altura, pois nunca ouvi referir o seu nome.

Isto de parentescos antigos nem sempre é fácil de entender. A minha avó Maria era sobrinha-neta desse Zé do Jerónimo, pai da Tia Rosa. Elas as duas, Rosa e Maria, tratavam-se por primas, mas havia uma geração de diferença entre elas, ou seja, a Tia Rosa era segunda prima da minha avó, pois prima direita era a minha bisavó Eusébia. Todos eram descendentes do velho Jerónimo Ferreira, mas enquanto a Tia Rosa passou a usar a alcunha de Rosa do Jerónimo, a minha avó ficou como Maria da Eusébia. A minha mãe ainda era conhecida, em Macieira, por Rita da Eusébia, mas eu, por exemplo, já passei a ser conhecido por «Manel da Rita» e dos Jerónimos e Eusébios não herdei nada. 

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