sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Ano de 1883 completo!

Terminada a publicação dos dez casamentos realizados no ano de 1883 e para quebrar a monotonia destas publicações, lembrei-me de fazer um resumo dos outros registos paroquiais relativos ao mesmo ano. Até porque algumas das pessoas nascidas durante esse ano eram ainda vivas quando eu nasci.
Não se pode dizer que este ano tenha sido pobre em nascimentos, vinte e sete ao todo, treze do sexo masculino e quatorze do sexo feminino, com dois ou três a morrer durante a primeira infância. Quanto aos nomes, nota-se que a capacidade inventiva era ainda muito incipiente, nada que se compare ao que aconteceu cem anos depois, com o advento dos nomes esquisitos e sempre em dose dupla, como aquele exemplo da "Cátia Marisa" parodiado pelo humorista Herman José.
O primeiro baptizado do ano foi de uma menina a quem foi posto o nome de Thomazia. As outras treze chamaram-se, por ordem de nascimento, Clementina, Luiza, Maria, Clementina, Maria, Maria, Maria, Maria das Dores, Anna, Jozefa, Diolinda, Anna e Clementina.
E o primeiro rapaz a ver a luz do dia, nesse ano, chamou-se António. E os doze que se seguiram receberam os nomes de Severino, Lino, António, António, António, Alfredo, João, José, António, António, Joaquim e Domingos.
Quando eu era miúdo, em idade de frequentar a Escola Primária, lembro-me de haver em Macieira duas velhotas a quem Chamavam Zefa. Uma delas pode ser aquela cujo nome aparece acima e que nasceu em 1883, durante a tarde do dia vinte e nove de Agosto, no lugar do Rio.
Nos nomes dos rapazes sobressai o nome de Lino que, no ano de 1921, viria a casar com Olívia Ferreira da Silva e bem podem ser os pais dum homem que ainda vive em Macieira e é conhecido pelo nome de Zeca do Lino.
Quanto aos funerais não me vou alongar muito, pois falar de coisas tristes é o que menos quero. Onze funerais se realizaram e os enterros foram distribuídos pela igreja e pelo cemitério provisório. Entre eles havia duas crianças, o António de oito dias de idade e o Manoel de quinze meses. Os primeiros três funerais do ano levaram deste mundo três pessoas ainda jovens, a Maria de 43 anos que morava no Picoto, O Joaquim de 37 anos que morava no Rio e o Ricardo de 40 anos que morava em Penedo. Eles dois deixaram filhos menores. Todos os outros tinham mais de 70 anos. 

Sem comentários:

Enviar um comentário