terça-feira, 28 de abril de 2015

Um pouco de História!

São tão poucos os dados históricos sobre a nossa freguesia que vale a pena copiar para aqui o que outros, antes de mim, disseram sobre ela. Segue-se um excerto do livro cuja imagem se pode ver ao lado.
Esta freguesia, situada em planice, na bacia orográfica do rio Este, é banhada pelo ribeiro Codade, que nasce na freguesia de Góios, limites da de Chorente e da de Remelhe, passa pela de Gueral e por esta e vai lançar-se no Este na freguesia de Balazar, e pelo riacho do Souto, que nasce no lugar dos Araújos, freguesia de Courel, e se junta àquele ribeiro aqui, do qual é afluente.
As suas fontes públicas são: a do Outeiro, a de Crujes e a da Pedreira.
É atravessada pela Estrada Municipal n.° 5 de Barcelos às Fontaínhas.
Confronta pelo norte, com a de Gueral; pelo sul, com a de Rates e a de Balazar, do Concelho da Póvoa de Varzim; pelo poente, com a de Courel e pelo nascente, com a de Chorente e a de Negreiros.
A sua população no século XVI era de 42 moradores ; no século XVII era de 93 vizinhos; no século XVIII era de 148 fogos; no século XIX era de 858 habitantes e pelo último censo da população é de 933 habitantes, sendo 417 varões e 516 fêmeas, sabendo ler 127 homens e 83 mulheres.
Tem duas Escolas: a do sexo masculino, que funciona em edifício próprio, e a do sexo feminino, que funciona na sala por cima da sacristia da Igreja Paroquial.
Esta população está distribuída pelos seguintes lugares habitados: Carreira, Fareleira, Crujes, Rio, Outeiro, Formigai, Penedos, Outeirinho, Paço, Assento, Souto, Aldeia de Baixo, Ingonços, Rio do Souto, Igreja, Zenha, Talho, Modeste, Picoto, Luvar, Travassos, Cerqueiral, Cumieira, Verdeal e Padrão.
As suas casas mais importantes são: Novais, Alves, Ferreira, Rio, Padrão e Paço.
Tem uma caixa de correio, três lojas de mercearia, uma farmácia, quatro moinhos e três engenhos de serrar madeira.
No Monte do Adro, limites desta freguesia com as de Gueral e Chorente, existem ainda vestígios de antigas construções. Seria ali a matriz de Chorente, como dissemos quando tratamos daquela freguesia ? Seria ali a primitiva matriz de Macieira? O nome do monte e os restos das construções que ainda se vêem dão como certa a existência naquele sítio de Igreja ou capela em tempos muito afastados.
No Censo da População de 1527 vem a freguesia de «Santiago de Macieyra—Titulo do Jullguado de Farya com 42 moradores », que entendo ser esta de Santo Adrião, havendo apenas engano no orago.
Dos homens mais ilustres desta freguesia destacaremos os seguintes:
D. Lourenço Gomes de Maceira, o primeiro que usou este apelido, valoroso militar do tempo de D. Afonso III, foi senhor do Solar dos Maceiras, nesta freguesia.
João Lourenço de Maceira, fidalgo principal do seu tempo, teve pelo menos uma filha, D. Urraca Anes, que foi casada com Gonçalo Gil de Eiró, do Solar de Airó.
Nos tempos mais modernos temos:
José Francisco Malta e João Francisco Malta, naturais desta freguesia, foram para o Brasil onde adquiriram alguns haveres, tornando-se grandes benfeitores da sua terra natal. Mandaram fazer o edifício para a Escola Primária e concorreram muito para as obras da Igreja nova, provendo-a de várias alfaias.
José Francisco do Padrão e João Francisco da Silva Novais, naturais desta freguesia, grandes propulsores das obras daquela Igreja.
Padre António José Ferreira, nascido nesta freguesia, foi aqui seu pároco e mais tarde abade da de Esmeriz, do concelho de Famalicão, e da de Cristelo.
Bernardino Lopes (o Leça), natural desta freguesia, era poeta repentista e cantador emérito.
Festejava-se há anos nesta freguesia o Santiago com uma grande romaria muito concorrida. Na véspera à noite havia arraial com música, fogos de artifício e iluminações e no dia do Santo missa campal, festa e procissão à tarde. O povo das vizinhanças e ainda algum de longe vinha aqui espairecer as suas mágoas, uns tocando, cantando e dançando e a maior parte observando a alegria dos outros e aturdindo-se no barulho da festa. Deixou de se fazer esta romaria assim como algumas outras nesta parte do concelho; não sei o motivo, mas não é com certeza por o povo não precisar destes e outros divertimentos para abafar os seus cuidados e tristezas crescentes da vida presente.
O pobre do nosso aldeão, a quem estão interditos os gozos materiais e espirituais da moderna civilização, desconhecedor dos cinemas, da T. S. F., dos bons teatros e dos dancings, procura com entusiasmo as suas mais queridas diversões das feiras e das romarias. Se estas lhe faltam o que será dele!

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