terça-feira, 23 de junho de 2015

A dança dos nomes!

Nomes famosos no lugar do Outeiro foram os «Araújos» e os «Ferreiras». Eu podia ser qualquer um destes dois, mas, em vez disso, herdei um outro que também partilhava a fama com aqueles dois, o de «Alvares» que hoje se escreve Alves e chegou até mim através da linha feminina dos meus ascendentes. O nome de «Souza», trazido de Balazar por uma das minhas avós e que prevaleceu até à minha mãe, apagou o Ferreira que vinha do meu avô Jerónimo, o qual já tinha deixado cair o Araújo do seu avô e bisavó.
A mãe do avô Jerónimo chamou-se Rozária Francisca, quando deveria ter-se chamado Rozária Araújo, uma vez que era filha de António Araújo. Mas parece que era moda herdarem os nomes das mães, pois o nome de Araújo provinha da mãe, Ana e Araújo, e não do pai que se chamava Joam Lopes. Claro que ao usar-se apenas um nome de família, o meu avô Jerónimo só poderia ser Ferreira, filho que foi de Manoel Ferreira, e nunca Araújo.
Nas gerações seguintes, o nome de Ferreira prevaleceu durante uma única geração, pois o meu avô Joaquim preferiu adoptar o Souza da sua mãe. E assim se ficaram os dois famosos nomes do Outeiro fora da minha descendência a partir dessa data. Tudo bem, não vou agora zangar-me por causa disso. Até porque, vendo bem as coisas, com tantos avôs e avós pelo caminho, não sei muito bem qual seria o nome que verdadeiramente teria o direito de usar. A não ser que seguisse o exemplo dos nobres de antigamente e os juntasse a todos depois do meu nome próprio e então chamar-me-ia Manuel de Araújo Ferreira e Alvares de Souza e Silva. Que tal?
Bem, o que de facto fica de tudo isto, é que eu nasci no lugar do Outeiro como aconteceu com a maior parte dos meus antepassados. Por razões que não são para aqui chamadas, a minha avó Maria foi nascer a Barqueiros e a minha mãe a Rio Mau, mas regressaram ambas a Macieira a tempo de a minha mãezinha me dar à luz no sítio onde estavam as minhas raízes, no Outeiro.
E termino esta publicação com a indicação dos meus ascendentes, até à décima geração, uma vez que alguns dos leitores não devem estar a perceber patavina de tudo aquilo que escrevi até agora.

  1. Anna de Araújo, nascida em 1640 (+/-)
  2. António de Araújo, nascido em 1672
  3. Rozária Francisca, nascida em 1715
  4. Jerónimo Ferreira, nascido em 1743
  5. Joze Alvares Ferreira, nascido em 1768
  6. Joaquim Alvares de Souza, nascido em 1817
  7. Euzébia Alves de Sousa, nascida em 1852
  8. Maria Alves de Sousa, nascida em 1890
  9. Rita Alves de Sousa, nascida em 1916
  10. Manuel Alves da Silva, nascido em 1944

Pronto, agora todos sabem tanto como eu. Não há segredos para ninguém e a informação fica assim mais clara para que outros, depois de mim, não tenham que queimar as pestanas a decifrar velhos documentos que são pouco menos que ilegíveis. Vejam este, como exemplo, que é o assento de casamento do avô (de Rates) da Rozária Francisca.


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