quarta-feira, 17 de junho de 2015

A família «Martins»!

Há dias, estive em Macieira e ofereceram-me um exemplar de uma revista dedicada à nossa freguesia e que foi publicada pelo Jornal de Barcelos. Nessa revista aparecem mencionadas as principais e mais antigas casas - entenda-se famílias - de Macieira e nomeadamente a do «Alves», a da «Fareleira», a do «Ferreira», a do «Novais», a do «Paço», a do «Padrão» e a do «Rio».
Fiquei muito admirado por não ver lá mencionada a casa do «Martins», do lugar de Modeste, que para mim foi sempre considerada uma das mais importantes de Macieira. Isto pode acontecer por duas razões. Primeira, por não haver gente dessa família com dois ou três séculos de história. Segunda, por não ter essa família construido uma casa que desse nas vistas, ou juntado riqueza suficiente que lhe permitisse fazê-lo.
Quanto a este último ponto não tenho dados suficientes que me permitam responder. Já quanto ao primeiro, há provas de que no início do Século XVII havia membros dessa família vivos e a criar descendência que chegou aos nossos dias. Como exemplo temos o caso do segundo assento de baptismo registado em Macieira que reza assim:
«No dia 28 de Janeiro de 1635, nasceu MANUEL, filho de Domingos Martins e de sua mulher Isabel Fernandes, do lugar de Modeste. Foram padrinhos, João Domingues, de Balazar, e Isabel Antónia, mulher de Francisco Gomes, desta freguesia».
E há também uma Maria Martins, supostamente, irmã deste Domingos, a morar no lugar de Penedo. E no mês de Maio de 1639, casa-se um António Martins com Madalena Francisca que só pode ser irmão também. E ainda o caso de um Gaspar Martins que, em 1637, casa a sua filha Maria com um tal João Francisco Domingues.
Uns anos mais tarde, em 1680, casa-se um António Martins e, em 1681, um Francisco Martins que levam já duas gerações de distância do primeiro bebé Martins no registo dos baptismos de 1635. E aqui chegado, vou estabelecer a ligação deste Francisco Martins à família do Padrão que aparece relacionada na revista acima mencionada.
De Francisco Martins nasceram dois filhos de nome Manoel, nascido em Janeiro de 1695, e António, nascido em Março de 1698. O primeiro casou com Maria Francisca e tiveram perto de dez filhos que continuaram a usar o apelido Martins. O segundo casou com Anna Francisca, tiveram outros tantos filhos que adoptaram o apelido da mãe e se passaram a chamar Franciscos. Um destes Franciscos, de nome Joze, viria a adoptar o nome de Padrão que correspondia ao nome do lugar onde morava. Eram tantos os Franciscos a morar em Macieira, nesses tempos, que ele começou a ser referido como «o do Padrão» e assim ficou para a posteridade.
Do Manuel Martins nasceu Simião Martins, em 1716, e deste nasceu António Martins, em 1750. Em 26 de Abril de 1770, nasce Manoel Martins que deu origem a um filho, nascido em 14 de Abril de 1796, de seu nome completo Manoel Joze Martins. Este viria a casar-se com uma filha de Joze Fernandes de Campos, de Balazar, e deste casamento nasceria Joze Martins de Campos que se casou com uma rapariga de Laundos, de seu nome Maria Roza.
O segundo filho deste casal, de seu nome Luiz Martins de Campos casou com Maria da Silva, da freguesia de Arcos e desse casamento resultou um filho de nome Manoel que, se me não engano, era conhecido em Macieira pela alcunha de Manuel da Rola.
E assim chegamos ao Século XX, século em que nasceu grande parte das gentes que hoje vivem em Macieira.
P.S. - Pressupõe-se que o apelido de Martins é a forma genitiva do nome próprio Martim, o que leva a que Martins queira dizer «Filho do Martim».

2 comentários:

  1. Em resposta à sua publicação posso dizer que quando a revista foi apresentada em Macieira, foi questionado esse assunto o qual a resposta foi dada de acordo com o estudo que tinha sido feito pelo jornal e pessoas que trabalharam nele, não tem a ver com nada que menciona acima, pois outras familias ficaram de fora.... Essa é uma boa pergunta para o historiador Padre Trigueiros.

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  2. Independentemente do assunto em questão, este comentário destaca-se por ser o primeiro que alguém teve a coragem de fazer neste blog. Para quem passa horas à volta disto é uma pequena paga, mas é melhor que nada!

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