segunda-feira, 18 de julho de 2016

Mariz de Mariz!

Sempre estive convencido que o apelido Mariz que surgiu em Macieira, em finais do Século XVIII, devia ter partido da freguesia do concelho de Barcelos que tem esse mesmo nome, mas daí até o poder provar vai uma distância muito grande. Depois de muitas horas de leitura e habilidosos exercícios de raciocínio parece-me estar em condições de afirmar que encontrei a explicação.
Os Domingues de Alapela, Fonte Boa, no concelho de Esposende, no início do Século XVII, altura em que nasceu Domingos Domingues, não usavam o apelido Mariz, nem tinham qualquer relação com a freguesia do mesmo nome, acima referida. Mas tudo mudou quando ele decidiu escolher noiva para se casar e constituir família. E onde haveria ele de ir encontrá-la? Na freguesia de Mariz, está claro, como prova este documento que muito trabalhinho me deu para o encontrar. Mas, como diz o ditado, "quem porfia mata caça".

Assento de casamento de Domingos Domingues
com Maria Fernandes, de Mariz (freguesia)

A primeira vez que encontrei o apelido Mariz foi em Gueral, para onde casou Maria Dias Mariz, neta deste Domingos, atrás referido e de quem descendem todos os Mariz de Macieira.
Foi por mera casualidade que descobri que os Domingues de Cristelo e Barqueiros (ou melhor dizendo, da aldeia de Baçar) descendiam dos de Fonte Boa. Sabendo isso, dediquei-me à leitura e interpretação dos registos paroquiais dessa freguesia. Algum tempo depois, descobri o registo de casamento de Isabel Mariz que mostro abaixo e que é o documento mais antigo, em que aparece claramente o apelido Mariz, assim como o nome do seu pai, Domingos Domingues.

Assento de casamento de
Manuel Silva com Isabel Mariz

A partir destas evidências, sou obrigado a concluir que o pai de Isabel começou a ser tratado como «o Domingues de Mariz» por se ter casado com uma mulher vinda dessa freguesia e também para o identificar com mais precisão, entre os muitos Domingues, primos entre si, que habitavam Fonte Boa, nesse tempo.

Assento de baptismo de Manuel Domingues Mariz

E a última pista que encontrei e me levou direitinho até à freguesia de Mariz, foi o registo de baptismo do Manuel, filho de Domingos Domingues, cujos padrinhos, Martinho e Isabel, eram daquela freguesia.
Para terminar esta história dos Mariz que já me ocupou tempo demais, devo dizer que foi o irmão de Isabel, de seu nome Jacome, que levou o apelido para a aldeia de Baçar, meeira entre Barqueiros e Cristelo, o que criou uma grande confusão nos registos paroquiais dessas duas freguesias, dando origem à linhagem dos Mariz de Cristelo que subsistem até hoje.

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