domingo, 30 de junho de 2024

Os Matos do Formigal!

Há dias, fui a Macieira e tentei encontrar a Minda do Matos, mulher que anda pela minha idade e, salvo erro, é já viúva, mas não estava em casa e o meu intento saiu gorado.

Queria fazer-lhe uma série de perguntas, começando pela morte prematura do seu irmão Amaro e acabando no nome dos seus avós que eu suponho serem o António Ferreira de Matos e a Ana Correia da Silva, cujo casa mento não se realizou em Macieira, levando-me a crer que a Avó Ana não era de Macieira.

Outra coisa que me deixou perplexo foi a placa com o nome de Rua dos Correias afixada na parede da casa que foi do Miguel Matos, no lugar do Formigal, e que se refere à rua onde moravam o avô do Amaro a quem acompanhei algumas vezes, quando ele ia visitar o avô no regresso da escola. Será que deram o nome à rua em memória da avó Ana Correia da Silva?

Uma vez que não há registos que me possam elucidar sobre isto, só a Arminda, irmã do Amaro me poderá elucidar. Tenho que continuar a tentar encontrar-me com ela, antes que morra!

Outra dúvida que tenho é sobre o antigo lugar do Formigal que tendo desaparecido passou pertencer ao Outeiro, em parte, e a Travassos, na parte restante. Assim, entendo que a casa da Tia Palmira (dos ovos) e as casas que estão na actual Rua dos Correias, pertencem ao lugar do Outeiro. Será?

quinta-feira, 27 de junho de 2024

O padre dos 3 M!

 Quem casou os meus pais, no ano de 1939, foi o Padre Portela que paroquiava a nossa freguesia, nessa data . A minha irmã mais velha, nascida em 1940, ainda foi baptizada por ele. Pouco depois, chegou a Macieira o padre dos 3 M - Manuel Martins Marques - que era uma boa bisca e me baptisou a mim. Depois de se retirar foi viver para Merelim (S. Pedro), onde viria a falecer. Assim, esta sua última residência acrescentou mais um M à sua identificação, ou seja, Manuel Martins Marques de Merelim.

Foi durante o seu "reinado" que eu abandonei Macieira e nunca mais o vi, depois dessa data. Vim aqui deixar esta nota, porque tinha pensado em fazer uma lista de todos os párocos que passaram pela nossa freguesia, mas fazer isso através dos registos fotográficos que estão disponíveis na internet dá uma trabalheira danada e eu já não tenho olhos para isso.

Assim, preferi deixar aqui o nome do primeiro pároco que deu início aos «Registos Paroquiais» e cuja assinatura se pode ver no documento acima, Francisco de Villas Boas, e que corresponde ao Assento de Baptismo do Manuel, filho de Manoel Fernandes, .

E fica também o nome do pároco que assinou o «Termo de Encerramento» do Livro dos Baptismos, em 30 de março de 1911, data a partir da qual se iniciou o Registo Civil, por ordem da república recém-instalada, em Portugal. O seu nome era Joaquim Gonçalves Liras (ou coisa parecida, pois o último apelido é pouco menos que ilegível).

E pronto, aqui fica a menção aos 3 párocos (para mim) mais marcantes de Macieira, começando pelo que me baptisou e prestando a minha homenagem ao P.e Francisco que iniciou os registos e ao P.e Joaquim que os encerrou, logo que a Monarquia perdeu o seu lugar no nosso país.

domingo, 16 de junho de 2024

Passagem de testemunho!

 

20-09-1879

Na imagem acima pode ver-se o nome do pároco Severino de Oliveira Lima (falecido no dia 6 do mesmo mês), aposto pela última vez num documento da igreja, assim como o do Presbítero, Manuel Fernandes de Souza Campos que lhe viria a suceder no cargo de pároco de Macieira.

Muitos dos registos anteriores a este levavam ainda o nome do P.e Lima, embora ele estivesse já retirado das suas funções devido à doença prolongada que o acometeu, logo após o início das obras da igreja nova que estava a ser construida no lugar do Outeirinho.

Inauguração do cemitério da Agra!

 




 Neste livro e na página 86, aparece o assento de óbito que podem ver acima e que foi o primeiro inquilino do novo cemitério da Agra, o mesmo que hoje existe e já com o dobro do tamanho. Pensei em passar o assento a letra de forma, de modo que fosse mais fácil de ler, mas devido ao reduzido número de visitantes que tem este blog não se justifica o esforço e tempo perdido. Quem estiver, realmente, interessado no assunto conseguirá decifrar, tal com eu, o que ali está escrito.

Demorei algum tempo a localizar este registo, mas como eu sabia que ele existia insisti até ele me aparecer à frente dos olhos, o que aconteceu hoje, dia 16 do 6 de 2024.

A 21 de Janeiro de 1888, portanto uns bons anos antes da inauguração da igreja nova, deixou de ser utilizado o cemitério provisório que funcionou durante alguns anos, após ter cessado o costume de enterrar os mortos dentro da igreja. Lembro que em Setembro de 1879 faleceu o Padre Severino de Oliveira Lima, pároco de Macieira, que foi ainda sepultado dentro da igreja. Foi ele que, uns anos antes, tinha lançado a obra da igreja nova, mas não chegou a vê-la em pé.

Há quem diga, mas isso não consegui confirmar, que este Sr, Manuel Gomes Pereira, morador no lugar do Lubar, era o dono do campo da Agra que lhe foi expropriado para construção do cemitério. Ele quis ser o primeiro habitante do terreno que era seu por direito e a freguesia lhe tirou para enterrar os seus mortos.

segunda-feira, 10 de junho de 2024

 Como não dediquei grande atenção aos assentos de óbito, deixo aqui 3 casos que me chamaram a atenção, enquanto procurava por outras informações.


Em primeiro lugar a data da morte da minha trisavó materna
casada que foi com Joaquim Álvares de Souza

Em segundo lugar o registo da morte de uma das filhas
da Tia Rosa Velha e José Alves de Souza

E, por último, o registo de óbito Nº 1 do Século XX

O «Dono da obra»!

 


Já que no post anterior se falava desta personagem e da sua saúde, ou falta dela, deixo aqui a notícia do seu falecimento!

A igreja nova!

Situada no lugar do Outeirinho, em sítio destacado, foi construída nos finais do séc. XIX. A igreja velha, que ficava situada a sudoeste da atual, encontrava-se em ruínas e era pequena para as necessidades do culto.

Para a construção desta nova igreja, foi utlizada parte da pedra da antiga igreja. Também a antiga pia batismal e outros acessórios passaram para a nova igreja paroquial.

Segundo Rios Novais (“Notas Ligeiras a Propósito da Visita Pastoral a Macieira”, 1944) foram grandes entusiastas da nova igreja, o pároco, Pe. Severino Oliveira Lima, que presidiu à comissão de obras, mas que, por falta de saúde, foi substituído por João Francisco da Silva Novais, um dos paroquianos que integravam a respetiva comissão, constituída ainda pela Junta, composta por José Francisco do Padrão e José António de Araújo e o regedor, Manuel Pereira Gomes Palmeira.

A obra de pedreiro começou em 1876 e terminou em 1877 e a de carpinteiro iniciou-se em 1878, despendendo-se nestas obras o valor global de 5.250$000 reis.

Segundo Manuel Ferreira de Araújo (“S. Adrião de Macieira/Barcelos”, 2008), e, de acordo com a ata da Junta da Paróquia, de 6 de fevereiro de 1878, houve necessidade de contrair um empréstimo de 4 contos e 200.000 reis, pago com 450.000 mil reis anuais, como amortização e juros não excedentes a sete por cento, e por meio de derrama.

A igreja paroquial possui uma torre com sinos que vieram da igreja velha. Nos finais do séc. XIX, houve necessidade de encurtar o badalo do sino da torre por causa dos dementes e bêbados andarem a tocar o sino, segundo Manuel Ferreira de Araújo, de acordo com a ata da Junta de Paróquia, de 6 de fevereiro de 1898.

A torre da igreja possui ainda um relógio que foi oferecido por Ana Vieira de Freitas e seus filos, casada com Joaquim Martins de Freitas, residentes no Brasil. Foi inaugurado em 1 de janeiro de 1909, conforme atesta a inscrição esculpida em mármore. De um lado: “Este relógio foi oferecido ao povo de Macieira de Rates pela Ex. mª Snr.ª D. Anna Vieira de Freitas e seus filhos naturais da cidade do Rio de Janeiro (Brazil)”. Do outro lado: “Esposa e filhos do Snr. Joaquim Martins de Freitas natoral desta villa inaugvrado no 1 de janeiro de 1909”

Do lado esquerdo da capela-mor, está a sacristia, por cima da qual há uma sala, com comunicação para o exterior e onde funcionou uma escola.

Havia uma outra igreja, mais antiga, construída no chamado “Monte do Adro”, que teria servido de igreja paroquial de Macieira e Chorente, segundo Rios Novais. Situava-se numa bouça, junto a um campo, pertencente aos herdeiros de Amaro Martins da Silva (quem vai da antiga azenha do Sá para o Monte do Adro, passando a Ponte da Lamela, à direita do referido campo), conforme especifica Manuel Ferreira de Araújo.

Diz-se que esta Igreja do Monte de Adro servia quatro freguesias: Chorente, Courel, Gueral e Macieira, num total de 151 moradores, segundo os censos de 1527, citados por Tetónio da Fonseca.

segunda-feira, 3 de junho de 2024

Família do Junqueiro!

 

A «Casa do Junqueiro», no Outeirinho, foi construída sobre as ruínas da velha igreja de Macieira que foi abandonada e demolida no último quartel do Século XIX (1873, se não estou em erro). José Gomes Alves, vindo de Gilmonde, foi quem meteu mãos à obra, demolindo o resto das paredes que tinham ficado de pé e usando essas pedras para fazer os alicerces da casa nova.

Como se pode ver no registo acima, a noiva era de Macieira e era ainda menor de idade, quando se casou, nem 15 anos tinha completado ainda! O Pároco, como era da praxe, menciona isso no Assento de Casamento para que não fiquem dúvidas da legalidade do acto. Casamento 2 dias antes do Natal de 1896 e antes de fazer um ano nasceu a sua filha mais velha, de seu nome Ana.

No meu tempo, meados do século XX, já era dono da casa o seu filho Manuel, único filho varão da família Junqueiro, pois todos os outros filhos deste senhor que veio de Gilmonde para Macieira eram mulheres, uma delas, a Clementina, minha madrinha de baptismo.

Pelo que me contou a minha madrinha, ela já era moça criada, quando o pai começou as obras da casa que referi acima. Disse-me ela e eu não tenho razão para duvidar que ao abrirem os alicerces, em cada cavadela encontravam um osso humano. É muito natural, disse-lhe eu, pois era costume enterrar os defuntos dentro da igreja e apenas alguns (poucos) foram enterrados num cemitério provisório que foi aberto num campo que ficava a sul da igreja, do lado de lá do caminho que dali segue para o Lubar. Pouco tempo depois foi inaugurado o Cemitério da Agra, como o conhecemos hoje.

Lembro-me de haver um rapaz, filho do Tio Manel do Junqueiro que era, mais ou menos, da minha idade que se chamava Joaquim, será hoje, um venerável octogenário se ainda for vivo. Além desse filho só me lembro do João que era estudante no Seminário de Braga, se formou como padre e cantou missa, mas depois abandonou a batina para se casar com uma rapariga que, entretanto, conheceu. Melhor assim do que andar a fazer vergonhas (como alguns que eu conheço).

Por falar nisso, a minha madrinha ia aos arames sempre que eu lhe chamava João, pois ela "exigia" que fosse tratado por Sr. Padre João. Imagino o desgosto dela, quando ele se casou e começou a dormir com uma mulher na cama. Que escândalo, meu Deus!!!