quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Os primeiros!

 Actualmente, ando entretido a copiar os assentos de óbitos da minha freguesia. Por vezes não se sabe nada de uma pessoa, durante toda a sua vida, e ao darmos com o assento do seu óbito muita coisa é esclarecida. Se casou e com quem, se morreu jovem ou chegou à velhice, se morreu de repente ou ficou demente, se teve filhos e deixou testamento, etc. e no final da vida se teve alguém que gastasse dinheiro em padres e ofícios para ganhar o direito ao céu.

Como é pelo princípio que se deve começar, deixo aqui a primeira página do «Título dos defuntos», nome com que foi baptizado este livro.

Poucas freguesias começaram os registos paroquiais antes de Macieira, são raras, mas já encontrei algumas. A nossa, como se pode ver na imagem acima, começou em 1632.

O pároco que deu início à coisa foi o Pe. Francisco Villas Boas, como se depreende da assinatura que abre o livro. E o primeiro defunto a ter a honra de aparecer aqui foi um parente meu, por nome Maria Álvares, cujo assento de óbito deixo aqui também.

Ela morava no Outeiro, onde eu também morei, muitos anos depois, já a meio do Século XX. Faleceu, ou foi enterrada, no dia 27 de Dezembro de 1634, o que quer dizer que o tal livro teve início em 1632, mas teve que esperar dois anos pelo primeiro "cliente".

E pouco mais se entende da algaraviada que o pároco Francisco escreveu, além de mencionar o ofício com muitos padres que era o que interessava ao Sr. Arcebispo para provar que o seu mister de espalhar a religião na sua zona de influência ia de vento em popa!

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