segunda-feira, 20 de julho de 2015

A família Matos!

Não ter crescido e vivido em Macieira faz com que eu não conheça muito bem a história das famílias que lá moravam e dos seus descendentes que, hoje, ocupam o seu lugar. A esse respeito, fiz uma pergunta e não sei se deva acreditar na resposta que me deram. Havia um Matos, carpinteiro, que morava no Lugar de Talho. Ele tinha dois irmãos, a Rita e o Miguel que moravam no lugar do Formigal (em frente da casa do Pereira), os quais tiveram uma grande proximidade com a minha família, por questões de vizinhança e amizade. O Tio Miguel do Matos viria até, por essa razão, a ser o padrinho de baptismo do primeiro filho da minha mãe, no caso, uma filha.
Quando frequentei a 4ª Classe (com a mais que famosa Professora Alexandrina) havia dois colegas da família Matos que me acompanhavam. O Quim do Matos, filho do Tio Manuel do Matos que morava no Outeiro e o Amaro do Matos que era filho do Tio António do Matos que morava na Gandarinha. No regresso a casa, passávamos obrigatoriamente pelo Lugar do Formigam e, por vezes, fazíamos um pequeno desvio para ir visitar o avô do Amaro que morava naquele caminho que sai do Largo do Formigal e segue para norte, para o meio dos campos.
O Amaro e eu éramos muito amigos e andávamos juntos sempre que isso era possível. Fora da escola havia tarefas que tínhamos que fazer e, não raras vezes, fazíamos-las em conjunto. Como era obrigatório passar à porta do Tio Miguel para ir visitar o seu avô, seria normal que ele algum dia me tivesse referido que eles eram irmãos. Mas não me lembro de o ter alguma vez feito.
A pergunta que fiz e a respectiva resposta que não me satisfez foi exactamente sobre isto. Se todos estes Matos eram da mesma família. A resposta que recebi foi que nada tinham a ver uns com os outros. Pois bem, lancei-me na leitura dos velhos livros paroquiais que agora puseram na internet, à nossa disposição, a ver se consegui deslindar a questão. Descobri, mais ou menos por acaso, o registo de casamento de um Miguel Ferreira de Mattos e comecei a andar para trás até chegar aos antepassados dele que trouxeram o nome de Matos de Rates para Macieira. Nome herdado, à boa maneira daqueles tempos, de uma senhora chamada Brízida.
De Brízida de Mattos nasceu o António Joze de Mattos que foi pai de Joze Ferreira de Mattos que, em 1776, se casou com Anna Maria Ferreira da nossa freguesia de S.to Adrião de Macieira. Desta união nasceram, tanto quanto consegui descobrir, dez filhos. O sétimo desses filhos herdou o nome do pai, casou-se e teve três filhos e duas filhas. Das filhas, Anna, a mais velha, e Maria, a mais nova, não encontrei qualquer registo, nem sequer o do óbito. Imagino que podem ter casado para fora da freguesia e a sua história continuou por lá. Do filho Manuel encontrei o registo do óbito, aos quatorze anos, afogado no Rio Ave. Dos dois filhos restantes, António e Luiz, nasceram quatorze filhos que encheram a freguezia de Mattos.


O Luiz teve seis filhos e alguns netos, mas eu limitei-me a seguir a descendência do António que havia de levar-me até ao Miguel, o carpinteiro que morava no Formigal, assim como ao seu irmão (de quem não recordo o nome) que morava em Talho. Foram oito os seus filhos, seis do sexo masculino e dois do sexo feminino. Mais uma vez, delas não consegui encontrar qualquer registo. Dos rapazes houve basta descendência, como indicarei de seguida:
Do Manuel, o mais velho, duas filhas e quatro filhos, entre os quais o Miguel e a Rita que moravam no Formigal e que morreram ambos no verão de 1960.
Do Joze, o segundo, nasceram três raparigas e dois rapazes.
Seguem-se a Antónia e a Maria, sem história, como já referi.
Em quinto lugar nasceu o Joaquim que foi aquele que maior descendência deixou, quatro filhos e cinco filhas.
A seguir o João, com dois filhos de cada sexo.
Em penúltimo lugar o Luiz que deve também ter casado para fora de Macieira, pois não encontrei um único registo com o seu nome.
Para terminar com o Miguel, o mais novo de todos, de quem encontrei o registo do casamento, em 1894, e o baptismo de um filho, de nome Joze, nascido no dia de S.Pedro do ano de 1896. E parei por aqui que as minhas pestanas já não aguentavam mais!
A título de conclusão, também tinha perguntado onde ficava o Lugar do Formigal (que hoje já não existe) e ninguém soube responder-me. Agora sei que era o acumulado de casas que existiam do lado esquerdo da estrada que segue para Gueral, a seguir ao Lugar de Travassos, ou Trabassos, como consta dos livros.

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