domingo, 12 de julho de 2015

De onde surgiu o nome Padrão!

Para quebrar a rotina da publicação dos casamentos do Século XIX e dar algum interesse extra a este blog vou introduzir, hoje, a questão do nome «Padrão» que surgiu, em Macieira, nos fins do Século XVIII. Para os críticos que sempre aparecem a discordar de tudo e mais alguma coisa, aviso já que isto é apenas uma teoria, a minha teoria, sobre esta questão e que todas as teorias são admissíveis.
Em meados do mencionado Século XVIII, eram tantos os Franciscos e Franciscas, em Macieira, que era quase impossível saber de quem se tratava quando surgia a notícia de um nascimento, casamento ou falecimento na nossa freguezia. Havia-os no Outeiro, em Penedo, no Lubar, no Assento, na Igreja, em Modeste, em Trabassos, no Paço e no Picoto, para não dizer que não havia um único lugar da freguesia onde não houvesse um ou vários Franciscos.
Para piorar as coisas, também nas freguesias vizinhas, Negreiros, Courel, Balazar, Arcos, Rates, Gueral, Goios ou Rates, os Franciscos eram mais que muitos e cada vez que havia um casamento entre membros dessas famílias o pároco da freguesia não tinha outro meio de evitar as confusões a não ser mencionar os nomes dos avós e os lugares de onde provinha cada um dos intervenientes na cerimónia.
Aqui abaixo podem ver o recorte de um assento de casamento, onde o nome de cada testemunha é seguido do nome do lugar onde morava.


Manoel António Pereira (do Paço), Manoel Alvares (do Assento), Joze Francisco (do Padrão) e Manoel Caetano (do Outeiro).
Este senhor Joze Francisco (do Padrão) que aqui aparece, começou a ser assim referido pelo pároco e para que as coisas começassem a condizer, acabou mesmo por assinar o seu nome dessa maneira, como se pode ver no recorte abaixo.


Nascido em 1754, ele viria a casar-se só em 1795, já com 41 anos de idade e no seu assento de casamento não figura ainda o apelido de Padrão. Ora vejam:


Mas, um ano mais tarde, quando baptiza o seu filho primogénito, o António, no assento de baptismo aparece claramente registado o nome - António, filho legítimo de Joze Francisco do Padrão e de sua mulher Anna Maria.


Dois anos mais tarde, a coisa repete-se com o baptismo do segundo filho, o Manoel. E não sei se houve mais filhos, mas a ter havido, acredito que o critério se terá mantido inalterado.


Não me consta que os outros irmãos, dois rapazes e quatro raparigas, tenham usado o nome de Padrão, mas nas minhas futuras publicações pode ser que surjam documentos que o comprovem.
Para terminar, acredito que estes dois rapazes, cujos baptismos aparecem aqui acima, o António e o Manoel, são os percursores da casa do Padrão que ainda hoje existe em Macieira.

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