Causou-me grande espanto o casamento do pai do Amaro que à data tinha 25 anos, com uma mulher tão mais velha que ele. Eram 28 anos de diferença! O que teria motivado este casamento? Nunca o saberemos, pois os protagonistas faleceram, há muito, e os descentes eram novos demais para saberem dessas coisas.
Li e reli os documentos disponíveis na Torre do Tombo e parece-me não restarem dúvidas. O noivo nasceu em Janeiro de 1910 e a noiva em 1882. Verifiquei a paternidade dos dois e acho que não restam dúvidas. O que me deixou ainda mais surpreendido foi a idade com que teve os dois filhos que eu conheci pessoalmente, o Amaro que nasceu 7 anos após o casamento e a Arminda 1 a 2 anos depois.
Um caso assim só na Bíblia, quando Deus prometeu um filho a Abraão, sendo a sua mulher já muito velha e nunca ter dado à luz qualquer filho, razão pela qual era considerada estéril. Mas Deus é todo-poderoso e fez o milagre. O nascimento do Amaro, em 1942, quando a sua mãe já tinha 60 anos, deixa-me de boca aberta! Um verdadeiro milagre, a não ser que haja outra explicação para o facto e que eu desconheço.
Nos velhos tempos, não era raro esconder o nascimento dos filhos, ditos naturais, ou seja, cujo pai era desconhecido. E a Srª Tomásia podia ter aceitado registar em seu nome o Amaro para encobrir o "caso" de uma irmã mais nova, por exemplo. E pouco tempo depois, repetir a coisa, quando nasceu a Arminda. Esconder a gravidez era possível e arranjar uma mãe postiça também, num tempo em que os partos eram feitos em casa e em completo sigilo, se a grávida assim quisesse.
Pessoalmente, acredito mais nessa possibilidade que num milagre a fazer lembrar Abraão e a sua mulher Sara.
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