terça-feira, 29 de outubro de 2024

A maior família da nossa terra!

 

Manuel Francisco casou com Maria Domingues e começou a povoar Macieira,
lugar de Modeste, com os seu muitos filhos e netos.

Outro Manuel Francisco, quem sabe se da mesma família de Modeste,
ou vindo de outra freguesia, casou com Maria Gomes e
encheu de Franciscos o lugar do Lubar.

Depois foi o António que se casou com uma menina da família
Araújo e foi viver para o Outeiro contribuindo com um bom
número de filhos para manter vivo o seu apelido.

E por último, o José que se casou com M. F. de Azevedo e encheu
de Franciscos o lugar do Padrão. E do Padrão voltaram para o
lugar do Outeiro, na figura do Tio Salvador, o qual se desligou
do apelido Francisco e apelidou os seus filhos, 3 deles padres,
de Ferreira de Araújo.

sábado, 26 de outubro de 2024

A toponímia de Macieira!

 


Agora, é moda dar nomes de rua a todos os largos, caminhos, travessas e becos que há na freguesia, enquanto que antigamente só havia lugares e até esses pouco divulgados. Digo isto, porque nos assentos de baptismo, casamento ou óbito aparecem lugares que só existiram na cabeça do pároco, quando escreveu essa notícia nos seus livros.

De qualquer modo e para ajudar algum leitor mais interessado nestas coisas, deixo aqui uma imagem actual, feita pela Google, onde é possível ver alguns dos nomes que venho mencionando neste blog. Alguns lugares foram fundidos com outros e apareceram alguns novos também, Outil é um desses. O lugar da igreja mudou, pois referia-se à igreja velha (por curiosidade, situava-se mesmo no lugar onde aparece o nome na imagem acima), quando a nova foi inaugurada já aquilo era o Outeirinho, como ainda é hoje.

A Cumieira e a Gandarinha eram os lugares mais pobres da freguesia, em nenhum desses lugares havia lavradores, os considerados mais ricos, mas apenas aqueles que os serviam e mal ganhavam para comer. O lugar da Cruz que aparece em alguns documentos, só pode referir-se ao lugar onde foi levantado o cruzeiro de pedra com o Cristo crucificado. E com o tempo passou a ser apelido de alguém que ali morou.

Os mais populosos lugares de Macieira eram: Outeiro, Penedo, Rio e Modeste. Com o tempo e as alterações introduzidas o Outeirinho passou a fazer parte dos grandes também. E lugares com apenas uma, no máximo duas, famílias também havia, em Macieira, é o caso da Fareleira ou Retorta. Agra, nome que encontrei em alguns documentos, acho que nunca existiu, embora no cemitério (da Agra) repousem mais restos mortais do que habitantes tem, actualmente, Macieira.

E por aqui me fico!

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Século XVII - Origem dos noivos!

 Em continuação da publicação anterior, apenas a título de curiosidade, publico a lista dos noivos de fora da freguesia que vieram casar a Macieira. Se eles ficaram a viver na nossa freguesia ou levaram a "nossa" noiva para viver na freguesia deles é coisa que não sei. Se eles tiveram filhos poderia verificar isso nos registos de baptismo, mas no caso contrário, desapareceram para sempre do meu controlo.

Neste século aparece gente de Gondifelos e Grimancelos e nenhuma de Negreiros que é a freguesia mais próxima da nossa. Mas aparecerão no século seguinte com forte ligação ao lugar do Rio e Xisto, onde passaram a existir familiares de um e outro lado da fronteira entre as nossas duas freguesias. A família Leitão, do Rio, é um exemplo.




Os (muitos) Franciscos!

 


O apelido de Francisco (que não o nome próprio) apareceu na lugar da Igreja, em 1638. Poderia até ser mais antigo, mas como não havia ainda registos nunca descobriremos quando apareceu pela primeira vez. O costume, à época, era acrescentar o nome do pai (nome de baptismo, pois apelido ninguém tinha ainda, ou era muito raro) ao nome do filho, portanto daí de depreende que foi um Francisco que deu origem a esta epidemia de Franciscos que invadiu Macieira e as freguesias vizinhas.

Na lista acima, podem ver o nome de cada casal e a data em que registaram o primeiro filho. Os lugares da Igreja, Paço, Luvar e Picoto eram relativamente próximos e essa deve ser a génese dessa família. Todos seriam irmãos ou primos uns dos outros. Em 1651 chegou a Travassos e em 1660 ao Outeiro, em 1661 à Aldeia e a Penedo. Em 1655 a Modeste e em 1662 ao lugar do Formigal. Ao lugar do Rio só chegou em 1669.

A páginas tantas, eram tantos os Franciscos que o vigário, ou reitor, ou pároco da freguesia se viu às aranhas para identificar as pessoas, nos registos de baptismo, casamento ou óbito que ia escrevinhando por ordem do arcebispo de Braga. E assim começou a juntar ao nome do indivíduo o nome do lugar e ainda alcunhas. E se havia pais e filhos a aparecerem nos registos, na mesma época, acrescentava-lhe a palavra "novo" ou "velho", conforme se tratasse de um ou do outro.

Em última análise teria que ser o nome da mãe, da mulher ou da viúva a descodificar aquela embrulhada de Franciscos. Eu que copiei os registos todos de A a Z, vi-me grego para descodificar o problema e não prometo que não tenha cometido erros, aqui e ali. Mas como vejo que ninguém usa isto, seja para o que for, daí não virá mal ao mundo.

Abaixo, podem ainda ver algumas imagens, retiradas dos meus registos dos casamentos realizados em Macieira, e que mostram noivos e noivas vindos de outras freguesias, tais como Rates, Courel, Gueral, Pedra Furada, Paradela, Balazar, Laundos, Chorente e Gondifelos. Era um nunca mais acabar de Franciscos!





terça-feira, 22 de outubro de 2024

Os irmãos da Tia Rosa!

 


Não admira que eu não me lembre dos irmãos da tia Rosa. Quatro deles morreram ainda crianças de tenra idade. Não sei se isso foi devido a alguma herança genética, alguma peste que grassasse naquela data, ou a falta de cuidado dos pais. Pais que lutavam com os mais diversos problemas, começando pela falta de meios para se sustentar e dar às crianças uma alimentação ajustada à sua idade. Foi naquele tempo em que a mãe tinha leite ou não e se não tinha ... pobre da criança!

Eu bem sabia que ao estudar os registos de óbito haveria de descobrir coisas interessantes. Neste caso particular, como se tratava da família de Jerónimo Ferreira, meu ilustre antepassado, não poderia passar sem o mencionar aqui. O pai destas crianças era bisneto dessa personagem e primo da minha bisavó Eusébia.

Passando em revista todos os nomes, em ordem cronológica, verificamos o seguinte:

A Maria morreu com 7 anos de idade.
A Carolina foi a única de quem não descobri o rasto, deve ter casado e mudado de freguesia.
A Rosa morreu velhinha e está sepultada em Macieira.
O António casou com a Tia Amélia, teve 7 filhos e depois emigrou para o Brasil e lá morreu.
O Manuel, gémeo do António, morreu com 1 ano de idade.
O David casou no Outeiro, com a Maria do Velho e teve muitos filhos e netos.
A Rita também morreu em criança com 3 anos de idade.
A Diamantina, tia e sogra do Armando, morava em Rates e vinha ao Outeiro com frequência.
O João morreu também em criança com 2 anos de idade.

E pronto, fica aqui o registo para quem quiser ler. Talvez algum dos «Velhos» que ainda vivem em Macieira passe por aqui e fique contente por saber coisas ligadas à sua família.

P.S. - Soube ontem uma notícia que gostaria bem de confirmar. O emigrante brasileiro parece ter casado novamente, lá pelas terras de Vera Cruz, e trazido ao mundo mais 8 filhos, além dos 7 que deixou cá. São contas que só a ele dizem respeito e que o S. Pedro deve ter acertado com ele, quando lá chegou acima!

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Ainda «Os Velhos»!

 

Está mais que provado que os «velhos» são os descendentes de um Araújo do Outeiro e da Margarida do Padrão, esta descendente dos «franciscos», do lugar do Padrão que, à falta de melhor, adoptaram o nome do lugar como apelido. De um Francisco nasceu um José que ficou a chamar-se José Francisco que foi o dono da «Casa do Padrão», no lugar do mesmo nome. A páginas tantas, eram tantos os Franciscos, em Macieira, que o reitor adicionou o lugar ao nome do indivíduo, de modo a evitar erros, pois Franciscos havia em todos, ou quase, lugares de Macieira.

E assim nasceu o Joze Francisco do Padrão que era o avô materno dos 7 «velhos» que podem ver na lista acima. A Maria que casou com o David do Jerónimo, o António, a Cândida, o José e o Salvador constituíam o clan dos velhos, mas só os filhos da Maria e do António mantiveram essa alcunha. Os outros passaram a ser «do Alves», «do Salvador», etc.

E talvez porque o «Manel do Velho» se tornou o mais conhecido dos Velhos, hoje só os seus filhos, e netos da Maria do Velho, carregam essa alcunha, porque nome não é, para a posteridade. Como a Júlia que me disse, no dia em que a conheci, sou Velha desde que nasci.

sábado, 19 de outubro de 2024

Os vigários, os reitores e os párocos!

 Não sei se haverá alguém que dê valor a isso, mas dei-me ao trabalho de folhear os livros para vos trazer aqui os nomes dos vários padres que paroquiaram Macieira, desde 1634 a 1911.

Francisco Villasboas ---------------- 1634 a 1655 - Sepultado em 27/12/1655
Francisco Coelho -------------------- 1655 a 1693 - Sepultado em 27/07/1697
João Francisco ----------------------- 1693 a 1697 - Sepultado em 01/08/1711
Bento Alvares ------------------------ 1697 a 1749 - Sepultado em 26/11/1750
Manuel Gomes de Sousa ----------- 1749 a 1799 - Sepultado em 04/03/1801
Vários (provisórios) ----------------- 1799 a 1806
José Joaquim Soares da Costa ----- 1806 a 1842 - Sepultado em 19/03/1842
Severino de Oliveira Lima --------- 1842 a 1879 - Sepultado em 07/09/1879
Manuel F. Sousa Campos ----------- 1879 a 1882
António J. Ferreira ------------------- 1882 a 1889
Manuel Lopes da Costa ------------- 1889 a 1907
Joaquim Gonçalves Dias ------------ 1907 a ????

Aqueles onde aparece a data em que foram sepultados significa que o foram no nosso cemitério e nenhum deles no novo cemitério da Agra. O Padre Severino foi ainda sepultado dentro da igreja velha, no lugar do Padrão.

E isso traz-me à memória uma história que a minha madrinha de baptismo me contava. O pai dela casou em Macieira (não tenho a certeza, mas acho que veio de Gilmonde) e comprou o terreno, agora vago, onde ficava a igreja velha, cuja pedra tinha sido levada para o Outeirinho para levantar as paredes da nova igreja.

Ao escavarem a terra para fazer os alicerces da casa começaram a surgir ossos, quanto mais cavavam mais ossos surgiam da terra. Tão religiosa que era a família da minha madrinha (Clementina) que imagino se dirigiram ao pároco da freguesia, talvez o Padre Joaquim Gonçalves Dias, mencionado acima, perguntando o que fazer com os ossos.

E ele talvez tenha recomendado que os depositassem no novo cemitério, numa cova aberta para o efeito. Digo talvez, porque não sei o que, na prática, se passou.

E pronto, fica aqui este meu contributo para a História de Macieira!

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Macieira e Chorente!

A paróquia de Santo Adrião de Macieira de Rates era vigararia da apresentação do reitor de Chorente. Pertenceu à Comenda de Chorente e, mais tarde, passou a reitoria. Pertence ao concelho de Barcelos. É paróquia da diocese de Braga.

A paróquia de São Miguel de Chorente foi, segundo o Padre Carvalho, reitoria da apresentação do ordinário e Comenda da Ordem de Cristo. Segundo a Estatística Paroquial, foi da apresentação do padroado real no termo de Barcelos. Segundo Teotónio da Fonseca, foi reitoria da apresentação do Papa e do Arcebispo de Braga e Comenda da Ordem de Cristo. É referenciada em 1878 como pertencendo ao Julgado de Barcelos. Pertence ao concelho de Barcelos. É paróquia da diocese de Braga.

Para o bem e para o mal, a nossa freguesia está ligada a Chorente, desde há muitos anos. Na primeira metade do século XVII, quando começaram a ser feitos os Registos Paroquiais, não sei se Macieira já tinha um reitor, um vigário ou um pároco, como no tempo em que eu nasci, mas já era e funcionava com autonomia, fiscalizada (se me é permitido usar este termo) pelo Arcebispo de Braga


O Padre Francisco Villasboas que assina os primeiros registos, a começar em 1634, não usava qualquer título, como se pode ver na assinatura que recortei de um desses registos (imagem acima). Mas alguns dos que se seguiram usaram os títulos de "reitor", de "vigário" e mais tarde de "pároco". Este último resistiu até eu vir a este mundo, quando era pároco de Macieira o Rev. Padre Marques.

O rio Codade, ou ribeira de Macieira, como lhe queiram chamar, vem de Goios, atravessa Chorente e estabelece a fronteira entre Gueral e Macieira, durante um pequeno trecho. Nesse ponto em que as 3 freguesias se encontram, Chorente, Gueral e Macieira, é o lugar da Baralha. No inverno, quando havia grandes cheias que vinham quase até perto da Fonte do Outeiro, era impossível passar na Baralha, pois a água dava pela cintura de um homem adulto que não fosse anão.

A ligação entre as igrejas de Chorente e Macieira fazia-se pelo Monte do Adro, onde, segundo a voz do povo, se diz que existiu a primeira igreja da nossa freguesia e que estaria sob a vigilância da de Chorente que atravessando a Baralha, ficava a menos de dois quilómetros, do lado nordeste. Visto dessa maneira é fácil perceber a razão de a nossa freguesia e a de Chorente estarem ligadas, só não descobri a razão de ser Chorente a controlar Macieira e não o contrário.

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Os abades de Macieira!

 Na doutrina ensinavam as crianças a fazer o «Pelo Sinal»  e a rezar a Avé Maria, a Santa Maria e o Pai Nosso. Outras coisas seriam ensinadas mais tarde, conforme a idade e a compreensão fossem crescendo no cérebro da criança. Mas era, talvez, a primeira coisa que os meninos e meninas aprendiam a dizer - Sabença Senhor abade!

Sabença era nem mais nem menos que "a sua bênção", mas ficava mais fácil aglutinar as palavras dessa maneira. O meu único abade foi o Pe Manuel Martins Marques, não conheci outro e desaprendi essa coisa de pedir a bênção. Nem ao pai ou à mãe o fazia e fui ensinado a fazê-lo todos os dias, antes de ir para a cana.

Ando a tentar decifrar os Registos Paroquiais de Macieira e espero um dia ser capaz de vos dizer o nome de todos os párocos que passaram pela nossa freguesia. Mas, nesta altura, só sei o nome do primeiro que se chamava Francisco Villas Boas e pouco mais. Com o fim da Monarquia acabaram também os Registos Paroquiais e o Registo Civil que passou a ter a responsabilidade de nos acompanhar, desde o dia em que nascemos até ao registo da nossa passagem para o outro mundo, tornou-se numa coisa inacessível ao comum dos mortais. Só pagando uns tostões se podia lá ir buscar qualquer informação.

O Pe Portela ficou-me na memória por ter sido ele a casar os meus pais e baptisar as minhas irmãs mais velhas. Além dele só me ficou na memória o Pe Bento Alvares, porque era um familiar antigo e o Pe Lima que foi o arquiteto da igreja que ainda hoje á a matriz de Macieira. Morreu antes da sua inauguração, mas isso não apaga o nome dele da história da nossa freguesia.

A famosa mesa dos 4 abades

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Os Álvares!

 Não consegui estabelecer com certeza, mas quero crer que o casal Bento Alvares e Izabel Antónia que deram vida a Maria Alvares, em Pedra Furada (como se pode ver no documento abaixo) são: ele de Goios e ela de Pedra Furada. Mais tarde, tentarei encontrar o assento do seu casamento e se as coisas não são assim, farei a necessária rectificação.

Esta Maria é, nem mais nem menos que a mãe de Maria Alvares da Silva que foi para o lugar do Outeiro, de Macieira, depois de se ter casado com o meu avô Jerónimo. Interessa-me guardar aqui estes documentos para não andar sempre deles. Como afirmei acima, a lógica leva-me a crer que o Bento era de Goios, a sua filha Maria casou e foi viver para Goios - berço dos Alvares - onde nasceu a sua filha (também chamada) Maria que trouxe o nome para Macieira e para a minha família.



Fica aqui um diagrama que eu próprio desenhei, explicando as origens desta família, coisa que me deu um trabalhão a conseguir, pois alguns registos são pouco menos que ilegíveis. Só com muita paciência e, por vezes com a ajuda de uma lupa para os conseguir decifrar.

Se passar por aqui algum "entendido" em Genealogia e quiser ajudar-me a perceber isto, peço que me contacte por e.mail para trocarmos impressões.

Para melhor ver e ler o que aparece nas imagens basta clicar sobre elas.



P.S. - Voltei aqui para deixar este documento que, acho eu, ajuda a perceber a história dos Alvares.

terça-feira, 8 de outubro de 2024

P.e Bento Álvares!

 Foi pároco de Macieira, durante um longo período, na primeira metade do Século XVIII. Tinha uma caligrafia mais legível que muitos outros párocos que passaram por Macieira, mas era muito preguiçoso na recolha de dados para fazer um bom registo, especialmente, nos de óbito.

Menciona o nome do falecido, esquece-se do estado, não faz qualquer referência aos menores de idade, mas perde muito "Latim" a mencionar os sacramentos que ofereceu ao morto e, em especial, se fez ou não testamento. Imagino que eram instruções específicas do bispo de Braga. No primeiro caso para provar ao povo a sua dedicação aos falecidos, preparando-lhe o caminho para conseguirem um bom lugar na outra vida. No segundo caso, para o bispo saber se a Igreja, ou o pároco, em nome próprio, beneficiou algo com o falecimento do paroquiano em questão.

Havia um superior hierárquico que visitava as paróquias uma vez por ano e reportava ao bispo o modo como eram feitos os registos e deixava aos párocos instruções precisas para corrigir alguma situação com que não concordavam ou tinha sido esquecida. Admiro-me de ainda não ter esbarrado em qualquer recado desse tipo deixado ao Padre Bento Álvares.

Outra coisa que eu gostava de descobrir era a sua filiação. Os Álvares mais modernos vieram de Santa Maria de Góios, mas ele já era adulto, no princípio do século e nessa altura já havia esse apelido na nossa freguesia, aliás, havia um Bento Álvares casado e pai de filhos, numa freguesia vizinha. Já tenho pensado se este não seria filho daquele! 

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Os «Ferreira»!

 Há quem garanta que o apelido Ferreira vem de uma mulher - no tempo em que os apelidos provinham mais das mães que dos pais - que era ferreira de profissão, ou então casada com um ferreiro. Os párocos da freguesias da Diocese de Braga eram grandes inventores de apelidos. A mulher ou filhas de um Leitão passavam a ser Leitoas e não me custa acreditar que a mulher do ferreiro passou a agregar ao seu nome de baptismo o apelido de Ferreira. E está tudo dito!

Tanto quanto consegui recuar no tempo, o apelido de Ferreira entrou em Macieira vindo de Negreiros. No meu caso particular, o Ferreira foi para Gueral, família da Ribeira, e daí veio para o lugar do Outeiro, pelo casamento com uma rapariga da família Araújo.

No século VII, quando começaram a ser feitos os registos de baptismo, Havia Ferreiras no lugar do Paço, no Luvar e também no Formigal. O Domingos Ferreira, do Luvar, já era filho de macieirensses, dos outros nada sei.

Nos primeiros anos do Século VIII, já tinham também entrado nos lugares de Travassos, Outeiro, Rio, Retorta e Talho. Aí apareceu, pela primeira vez, o nome de Manuel Ferreira, casado com a Rozália de Araújo que foi pai do famoso Jerónimo que ainda hoje é mencionado em Macieira.

Uns anos mais, ainda no Século VIII, e já o apelido tinha tomado conta do lugar da Igreja, ou Assento, pois o casal Manuel e Maria Antónia aparece nos dois lugares. Podem ter mudado de residência, ou tratar-se de um lapso do pároco, pois os dois lugares eram contíguos. Quem desce pela rua onde se situava a igreja velha, o lugar da igreja agrupava as casas que ficavam a norte da igreja, e as do lado sul ficavam no lugar do Assento (antes dito Padrão).

E os Ferreiras sempre a crescer e a espalhar-se por toda a freguesia!!!