Para o bem e para o mal, a nossa freguesia está ligada a Chorente, desde há muitos anos. Na primeira metade do século XVII, quando começaram a ser feitos os Registos Paroquiais, não sei se Macieira já tinha um reitor, um vigário ou um pároco, como no tempo em que eu nasci, mas já era e funcionava com autonomia, fiscalizada (se me é permitido usar este termo) pelo Arcebispo de Braga
O Padre Francisco Villasboas que assina os primeiros registos, a começar em 1634, não usava qualquer título, como se pode ver na assinatura que recortei de um desses registos (imagem acima). Mas alguns dos que se seguiram usaram os títulos de "reitor", de "vigário" e mais tarde de "pároco". Este último resistiu até eu vir a este mundo, quando era pároco de Macieira o Rev. Padre Marques.
O rio Codade, ou ribeira de Macieira, como lhe queiram chamar, vem de Goios, atravessa Chorente e estabelece a fronteira entre Gueral e Macieira, durante um pequeno trecho. Nesse ponto em que as 3 freguesias se encontram, Chorente, Gueral e Macieira, é o lugar da Baralha. No inverno, quando havia grandes cheias que vinham quase até perto da Fonte do Outeiro, era impossível passar na Baralha, pois a água dava pela cintura de um homem adulto que não fosse anão.
A ligação entre as igrejas de Chorente e Macieira fazia-se pelo Monte do Adro, onde, segundo a voz do povo, se diz que existiu a primeira igreja da nossa freguesia e que estaria sob a vigilância da de Chorente que atravessando a Baralha, ficava a menos de dois quilómetros, do lado nordeste. Visto dessa maneira é fácil perceber a razão de a nossa freguesia e a de Chorente estarem ligadas, só não descobri a razão de ser Chorente a controlar Macieira e não o contrário.
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