O apelido de Francisco (que não o nome próprio) apareceu na lugar da Igreja, em 1638. Poderia até ser mais antigo, mas como não havia ainda registos nunca descobriremos quando apareceu pela primeira vez. O costume, à época, era acrescentar o nome do pai (nome de baptismo, pois apelido ninguém tinha ainda, ou era muito raro) ao nome do filho, portanto daí de depreende que foi um Francisco que deu origem a esta epidemia de Franciscos que invadiu Macieira e as freguesias vizinhas.
Na lista acima, podem ver o nome de cada casal e a data em que registaram o primeiro filho. Os lugares da Igreja, Paço, Luvar e Picoto eram relativamente próximos e essa deve ser a génese dessa família. Todos seriam irmãos ou primos uns dos outros. Em 1651 chegou a Travassos e em 1660 ao Outeiro, em 1661 à Aldeia e a Penedo. Em 1655 a Modeste e em 1662 ao lugar do Formigal. Ao lugar do Rio só chegou em 1669.
A páginas tantas, eram tantos os Franciscos que o vigário, ou reitor, ou pároco da freguesia se viu às aranhas para identificar as pessoas, nos registos de baptismo, casamento ou óbito que ia escrevinhando por ordem do arcebispo de Braga. E assim começou a juntar ao nome do indivíduo o nome do lugar e ainda alcunhas. E se havia pais e filhos a aparecerem nos registos, na mesma época, acrescentava-lhe a palavra "novo" ou "velho", conforme se tratasse de um ou do outro.
Em última análise teria que ser o nome da mãe, da mulher ou da viúva a descodificar aquela embrulhada de Franciscos. Eu que copiei os registos todos de A a Z, vi-me grego para descodificar o problema e não prometo que não tenha cometido erros, aqui e ali. Mas como vejo que ninguém usa isto, seja para o que for, daí não virá mal ao mundo.
Abaixo, podem ainda ver algumas imagens, retiradas dos meus registos dos casamentos realizados em Macieira, e que mostram noivos e noivas vindos de outras freguesias, tais como Rates, Courel, Gueral, Pedra Furada, Paradela, Balazar, Laundos, Chorente e Gondifelos. Era um nunca mais acabar de Franciscos!
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