segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Os abades de Macieira!

 Na doutrina ensinavam as crianças a fazer o «Pelo Sinal»  e a rezar a Avé Maria, a Santa Maria e o Pai Nosso. Outras coisas seriam ensinadas mais tarde, conforme a idade e a compreensão fossem crescendo no cérebro da criança. Mas era, talvez, a primeira coisa que os meninos e meninas aprendiam a dizer - Sabença Senhor abade!

Sabença era nem mais nem menos que "a sua bênção", mas ficava mais fácil aglutinar as palavras dessa maneira. O meu único abade foi o Pe Manuel Martins Marques, não conheci outro e desaprendi essa coisa de pedir a bênção. Nem ao pai ou à mãe o fazia e fui ensinado a fazê-lo todos os dias, antes de ir para a cana.

Ando a tentar decifrar os Registos Paroquiais de Macieira e espero um dia ser capaz de vos dizer o nome de todos os párocos que passaram pela nossa freguesia. Mas, nesta altura, só sei o nome do primeiro que se chamava Francisco Villas Boas e pouco mais. Com o fim da Monarquia acabaram também os Registos Paroquiais e o Registo Civil que passou a ter a responsabilidade de nos acompanhar, desde o dia em que nascemos até ao registo da nossa passagem para o outro mundo, tornou-se numa coisa inacessível ao comum dos mortais. Só pagando uns tostões se podia lá ir buscar qualquer informação.

O Pe Portela ficou-me na memória por ter sido ele a casar os meus pais e baptisar as minhas irmãs mais velhas. Além dele só me ficou na memória o Pe Bento Alvares, porque era um familiar antigo e o Pe Lima que foi o arquiteto da igreja que ainda hoje á a matriz de Macieira. Morreu antes da sua inauguração, mas isso não apaga o nome dele da história da nossa freguesia.

A famosa mesa dos 4 abades

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