quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Ano de 1733!


Se não fosse por outra razão, o ano de 1733 seria sempre famoso por ser aquele em que nasceu o primeiro filho dos meus antepassados Manoel Ferreira e Rozália Francisca. António se chamava ele e nasceu no ano em que a sua mãe completava 18 anos, sendo casada desde os 12 anos, conforme tive oportunidade de aqui explicar em mensagens anteriores. Não prestei grande atenção à sua história, uma vez que foi o seu irmão Jerónimo, dez anos mais novo, que deu origem à minha estirpe familiar. Mas não encontrei qualquer referência a casamento ou nascimento de filhos, na nossa freguesia.


Um só casamento neste ano de 1733, mas um com alguma história. pois a noiva Maria da Silva era filha de um casal, Manoel da Silva e Anna dos Santos, de Vilar de Figos, ou no dizer do Pároco de Macieira que assim o registou no assento de casamento, S. Paio de Principaes.


Fiquei curioso com este nome e, sem saber em que canto de Portugal ficava essa freguesia, fui investigar o que havia na internet sobre o assunto, se é que havia alguma coisa. Rapidamente encontrei o que queria e fiquei a saber que esse estranho nome nada mais era que Vilar de Figos, a freguesia situada na encosta sul do Monte da Franqueira. E fiquei também a saber que o nome se deveu a uma lenda que transcrevo abaixo para quem tiver curiosidade em saber destas coisas.


Lenda " Os Principais de Vilar de Figos" 

Como lenda contamos um facto relacionado com o Castelo de Faria e que dera aos habitantes de Vilar de Figos o honroso apelido de principais. Sabe-se que em velhos registos da paróquia esse designação existe, embora se desconheça a extensão dela, isto é , se para todos os habitantes ou para descendentes apenas dos velhos "principais" .
O caso foi que os mouros se apossaram, em tempos remotos do castelo. Os cristãos tentavam a conquista tornada impossível pelo denodo com que os sitiados se defendiam. Recorreu-se então ao estratagema que a luminosa ideia do povo de Vilar de Figos suscitou: pelos campos e encosta daquele lado fariam subir, de noite, um grande rebanho de cabras ( podiam ser mesmo carneiros ) com luminárias atadas aos chifres.
Se bem o pensaram, melhor o fizeram. Os mouros notaram pela noite escura , aquela aproximação de tanta gente que vinha, por certo em reforço dos sitiantes. Perante a superioridade provada do inimigo abandonaram o castelo e foram-se.
E assim, porque os moradores dessa freguesia mais contribuíram para a tomada do castelo, ficaram a ser conhecidos e nomeados por os Principais de Vilar de Figos.

1 comentário:

  1. E incrivel tudo o que o Sr.Manuel consegue descubrir! Toda em admiraçao diante de tanto empenho, até me pergunto como ainda "tem cabéça" para continuar.Eu depressa fico baralhada com tantos nomes e datas! Continue,pois deve ter uma motivaçao muito forte,para ter tanta couragem

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