terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Os Mariz!

Há tempos que tinha decidido procurar a origem da «Família Mariz» que apareceu nos meus registos do lugar do Outeiro, nos finais do Século XVIII. Dos tempos da minha infância, eu lembrava-me dos Mariz de Gueral que moravam naquela aldeia a nascente da actual igreja, mas não recordo ninguém de Macieira com esse apelido. Daí que tenha partido do princípio que o nome Mariz tivesse vindo de Gueral para Macieira.
Ao tentar comprovar essa possibilidade, descobri que havia uma relação de parentesco entre os Mariz e os Ferreira (meus antepassados) que vieram da aldeia da Ribeira. Para ser mais exacto, Manoel Ferreira, filho de Miguel Alvares Ferreira e Maria Gonçalves era primo direito de Miguel dos Santos Mariz, filho de Domingos Gonçalves e Maria Dias Mariz. Fiquei mais entusiasmado ainda em procurar pelos Mariz, sabendo que faziam também parte da minha árvore genealógica.
A família dos Alvares Ferreira sabia eu que vinha de Negreiros e a dos Gonçalves era dominante na Ribeira de Gueral, mas dos Mariz é que eu não tinha nenhuma pista. Procurei filhos do casal e encontrei o primeiro no ano de 1714. Supondo que o casamento se tinha realizado cerca de um ano antes, fui à procura e não encontrei nada, nem rasto de Mariz na freguesia de Gueral.
Verifiquei os registo de casamento de todas as freguesias em redor de Macieira e continuei sem encontrar fosse o que fosse. Então, acidentalmente, passou pela frente dos meus olhos um registo de baptismo de uma neta de Maria Dias, da freguesia de Bassar. Como o nome estava cortado em dois e um tanto desfocado, entendi-o como Balazar. Perdi montes de tempo às voltas com os registos desta freguesia e nada de Mariz, em lado nenhum.
Meio desanimado, voltei para Gueral e continuei à procura de mais descendência da Maria Mariz. Acabei por encontrar mais cinco filhos e num dos registos, mais claramente escrito, o nome de Baçar, aldeia da freguesia de Cristelo. Estava desvendado o mistério. Segundo o costume antigo, o casamento realizava-se na terra da noiva e seria ali que o teria que encontrar. Procurei no ano de nascimento do primeiro filho e daí para trás mais cinco anos e não encontrei nada. Já estava a dizer mal da minha vida e da sorte que me tinha abandonado.
Como ontem era dia de jogo, envolvendo o Sporting e o Benfica, preenchendo quatro horas de transmissão televisiva, suspendi as minhas pesquisas até hoje. Analisei de novo todos os parâmetros, para ter a certeza que não tinha entrado pelo caminho errado, e retomei as pesquisas, sempre em marcha-atrás, desde 1710 (ano em que tinha parado) até onde fosse preciso. E lá acabei por encontrar o tão procurado documento que atesta o casamento entre o Domingos, da Ribeira de Gueral, e a Maria Dias Mariz, de Baçar de Cristelo.

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